quarta-feira, 2 de outubro de 2013

“HÁ MAIS DE UM SÉCULO QUE MOSTREI A CRUZ A ESTA TERRA AMADA”

São conhecidas as palavras que Jesus dirigiu à Beata Alexandrina a respeito da Santa Cruz[1]; a Cruz de terra anunciava-a. No colóquio de 5 de Dezembro de 1947, falou-lhe assim:


És a minha vítima a quem confiei a mais alta missão. E como prova disso atende bem ao que te digo para bem o saberes dizer.
Quase um século era passado que eu mandei a esta privilegiada freguesia a cruz para sinal da tua crucifixão. Não a mandei de rosas, porque a não tinha, eram só espinhos; nem de oiro, porque esse com pedras preciosas serias tu com as tuas virtudes, com o teu heroísmo a adorná-la. A cruz foi de terra, porque a mesma terra a preparou.
Estava preparada a cruz; faltava a vítima, mas já nos planos divinos estava escolhida; foste tu.
O mal aumentou, a onda dos crimes atingiu o seu auge, tinha que ser a vítima imolada; vieste, foi o mundo a sacrificar-te.
E agora partes para o Céu e a cruz fica até ao fim do mundo, como ficou também a minha.
Foi a maldade humana a preparar-Me a minha, e a mesma maldade humana preparou a tua.
Oh, como são admiráveis os desígnios do Senhor! Como são grandes e admiráveis! Que encantos eles têm!

Oito anos à frente, em 21 de Janeiro de 1955, insistiu:

Há mais de um século que mostrei a cruz a esta terra amada, cruz que veio esperar a vítima. Tudo são provas de amor!
Oh, Balasar, se Me não correspondes!...
Cruz de terra para a vítima que do nada foi tirada, vítima escolhida por Deus e que sempre existiu nos olhares de Deus!
Vítima do mundo, mas tão enriquecida das riquezas celestes que ao Céu dá tudo e por amor às almas aceita tudo!
Confia, crê, minha filha! Eu estou aqui. Repete o teu "creio". Confia!

No Ala-Arriba de 3 de Dezembro de 1955, o P.e Leopoldino foi o primeiro a publicar a associação entre a Santa Cruz e as palavras proferidas por Jesus sobre a aparição de 1832.

Os Signoriles, no prólogo do livro Figlia del dolore, madre di amore, sob o título de “A Cruz e a Crucificada”, depois de traçar uma ampla descrição de Balasar, escreveram:

Desde 1832, por vários anos, Balasar foi meta de peregrinações em honra de uma Cruz aparecida misteriosamente na terra, a poucos metros da actual igreja. Para protecção desta Cruz foi construída uma Capela, ainda existente, que tem na frente a data 1832, esculpida em pedra. Durante anos houve também uma Confraria, com o fim de promover a festa da Santa Cruz de Balasar.
Pouco mais de um século depois, Balasar torna a ser meta de numerosas peregrinações: o povo é atraído pela fama de Alexandrina Maria da Costa, que aí viveu muitos anos “crucificada”.
Os amigos da Beata Alexandrina não podem ignorar a história – verídica, bem documentada – da aparição da Santa Cruz de Balasar e o culto que dela nasceu; esse estudo foi começado há muito.
Há notícia do aparecimento de cruzes em vários locais, ao longo dos tempos. O caso de Barcelos é dos mais notáveis. Sobre ele se alonga um Tratado Panegírico, escrito pelo franciscano Fr. Pedro de Poiares e publicado em 1672, mais de século e meio após o acontecimento. O livro é mesmo um panegírico, procurando o autor elevar até ao inverosímil a grandeza vinda à cidade pelas Cruzes aí aparecidas. Tem naturalmente o cuidado de dar à aparição a mais convincente base de veracidade.






[1] Publicaram-nas o P.e Humberto, o P.e Leopoldino e outros autores. O P.e Pinho, nos seus livros, não relaciona a Santa Cruz com a sua antiga dirigida.

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