Em 1827, o arcebispo de Braga faleceu e só voltou a haver arcebispo no
princípio da década de 1840. Nestas circunstâncias, elegia-se um vigário
capitular para administrar a diocese; foi assim no período mais difícil da
revolução liberal.
Nos livros paroquiais "dos capítulos das visitas e pastorais" guardam-se documentos
então recebidos de Braga. Os que aqui colocamos são de grande interesse para
conhecer o contexto em que decorreram os primeiros anos da história da Santa Cruz.
No primeiro documento, é notório o apoio do vigário capitular Manuel Ramos de Sá a D.
Miguel, que recentemente assumira plenamente o governo do país.
O segundo é contra a Maçonaria.
Capa do Livro das Visitas e Pastorais donde copiámos os documentos que aqui vamos colocar. |
O terceiro data já de quase um ano após a aparição da Santa Cruz. Os
liberais estavam cercados dentro dos muros da cidade do Porto, o cisma já aí se
instalara, mas o vigário António Alexandre da Cunha Reis da Mota Godinho
considerava que a vitória sobre os inimigos de D. Miguel seria apenas uma
questão de tempo.
O quarto e o quinto datam de depois da derrota de D. Miguel. A Diocese
tinha então à sua frente um terrível vigário capitular intruso. E ainda era
ainda vivo o legítimo…
Naturalmente estes documentos foram lidos na igreja de Balasar. Ouviram-nos
por exemplo Custódio José da Costa e António José dos Santos.
Para completar o conjunto, ainda acrescentamos mais dois documentos, um do
Vigário Capitular interino António Pires de Azevedo Loureiro, de 1836, e outro
de António Joaquim de Aguiar, o Mata-Frades, obtido a pedido de António Pires
de Azevedo Loureiro. Foi este último, intruso, cismático, que promulgou a “Carta de Sentença Cível
de Património da Capela da Santa Cruz de Jesus Cristo colocada na freguesia de
Santa Eulália de Balasar”.
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