quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Natal

A todos os leitores destas notícias, usuais ou ocasionais, os meus votos de Santo Natal.
Jesus é que é o Senhor, o Alfa e o Ómega.
Maranatá!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

3 de Abril de 1945 – Terça-feira de Páscoa

Não vivi, não ressuscitei com Jesus.
Os meus olhos não viram, os meus ouvidos não ouviram, o meu coração não amou, o meu corpo nada mais sentiu a não ser a dor.
O olhar dos meus olhos não era meu, nem o ouvir dos meus ouvidos, nem o sentir do meu corpo, nem o amor do meu coração, nem o sorriso que tudo isto encobria, nem esse era meu.
A quem pertencia? Jesus o sabe, nada sei dizer. As alegrias são para quem Jesus quer, menos para mim.
Mas eu estou contente; eu não vivo, que viva Ele com a Sua vida divina nas almas.
Eu não ressuscitei, que elas ressuscitem para Jesus.
Não tenho amor, não tenho que oferecer ao meu Senhor, que Ele aceite o amor de todos os corações e a oferta total de todas as Suas criaturas.
Não tenho língua para louvá-Lo, que Ele aceite todo o louvor da terra e do céu.

Toda a terra e céu O louvam e bendizem; só eu, pobrezinha, fui excluída, estou de parte. Não posso juntar-me aos bem-aventurados do Céu, aos justos da terra. Toda a maldade e miséria do mundo são minhas.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Genealogia da Beata Alexandrina

Um descendente de pai balasarense a residir no Recife, Brasil, enviou-nos esta genealogia da Beata Alexandrina baseada nas sucessivas gerações dos antepassados dela de Gresufes.
A mãe da Alexandrina, Maria Ana da Costa, nasceu em 1877.
O avô de Alexandrina, José António da Costa, nasceu em 1836.
O bisavô de Alexandrina, Manuel António da Costa, nasceu em 1807.
O pai deste, que foi terceiro avô da Alexandrina, foi outro José António da Costa; esse nasceu aproximadamente em 1780 e veio a falecer em 1865; era filho de Francisco Gomes Ferreira e Luísa da Costa de Araújo. 
Aspecto exterior antigo da casa de Gresufes onde nasceu a Beata Alexandrina.

Se isto não adianta muito para o conhecimento da Alexandrina, já adiante bastante para satisfazer a natural curiosidade de quem pretende conhecer melhor a gente de quem ela descendeu.
Assim, aquele José António da Costa nascido cerca de 1780 e falecido em 1865 ocorre numa lista de eleitores de 1837, do ano em que Balasar passou para o concelho da Póvoa, e presta declarações em duas inquirições de genere sendo uma delas a de um jovem seu vizinho da Casa da Torre que se candidatava ao sacerdócio. Quem abrir este endereço - https://familysearch.org/pal:/MM9.3.1/TH-1942-44152-6346-1?cc=2125025&wc=SSVN-MJ4:363117801,363339401,1077034027,1303913869 - encontra uma e até a assinatura desse antepassado da Beata (deve recuar à página anterior do documento para ir para o princípio das declarações: clica-se na seta à esquerda perto do cimo).

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Familiares da Maria Ana

Quando a Beata Alexandrina nasceu, a Casa dos Vicentes em Gresufes devia abundar de gente.
O avô José António da Costa tinha morrido, mas o tio Joaquim já estava casado e até podia ter algum filho, pois tinha 23 anos.

Eram estes os filhos de José António da Costa:
A Maria Ana, a mãe da Alexandrina, que nascera em 22 mês de Janeiro de 1877.
O Tio Joaquim, que nasceu a nove de Outubro de 1881. Ficou com a casa paterna à morte do pai e já era dono dela quando a Beata nasceu.
O Miguel, que nasceu em nove de Novembro de 1883, deve ter emigrado para o Brasil.
A Adelaide, que nasceu em 15 de Abril de 1886 e que casou para Arcos, faleceu em Dezembro de 1955.
A Ana, que nasceu a 21 de Fevereiro de 1889.
O Francisco, que nasceu no dia 24 de Maio de 1891 e casou em 1910 com Albina dos Santos Maia, de Balasar; deve ter falecido em 1964.
A Felisbina, que nasceu em dois de Abril de 1894, casou para Chorente com António José de Sousa, de 43 anos; deve ter falecido em 1966.
Mas havia mais duas raparigas, a Deolinda, que casou para Santa Vaia de Rio Covo, e a Felismina, que casou para Grimancelos. Para o Brasil ainda terá ido outro irmão.

Como ainda estava viva a avó, deviam viver lá dez adultos, mais a pequena Deolinda e a recém-nascida Alexandrina.

Um link para o Dr. Henrique Gomes de Araújo

Há uma página sobre a Beata Alexandrina que é só uma "treta". Porque o que está em causa em relação a ela é mesmo uma atitude de objectividade, de uma objectividade muito alargada, que não não cede ao preconceito.
Mas encontra-se lá um link para um texto sobre o Dr. Henrique de Gomes Araújo que vale a pena ler. Vem no fim da página, antes dos comentários.

Testamento de Manuel António da Costa, o bisavô materno da Beata Alexandrina

Este é o testamento de Manuel António da Costa, o bisavô materno da Beata Alexandrina. Não é muito o que se sabe dele, mas nascera em 1803 e foi um dos homens mais abastados da freguesia. Deve ter falecido em 1887. O seu filho e herdeiro chamou-se José António da Costa e foi pai, entre outros filhos, de Maria Ana da Costa, a mãe da Alexandrina, e de Joaquim António da Costao tio Joaquim.

Testamento de Manuel António da Costa

Testamento que faz Manuel António da Costa, casado, de Balasar, em oito de Junho de mil oitocentos e oitenta e seis.

Em nome de Deus, amém.
Saibam quantos este público instrumento de testamento de última e derradeira vontade virem que no ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e oitenta e seis, aos oito de Junho, nesta Vila de Rates e meu cartório, foi presente o outorgante testador Manuel António da Costa, casado, lavrador, da freguesia de Balasar, meu conhecido e das cinco testemunhas ao diante nomeadas e no fim assinadas, sendo estas cidadãos portugueses e idóneos, estando ele testador no perfeito gozo das suas faculdades intelectuais, em liberdade e sem constrangimento nem coacção de pessoa alguma, e como eu tabelião com as testemunhas de tudo nos certificámos, do que dou minha fé, perante as quais e na minha presença por ele outorgante foi dito que tinha deliberado o fazer o seu testamento de última e derradeira vontade e por isso pedia a mim tabelião que lho escrevesse nesta minha nota conforme o ditasse, ao que eu tabelião me prontifiquei.
Primeiramente declara que é católico apostólico romano e que nesta fé protesta viver e morrer.
Logo que falecer, quer que seu filho José António da Costa, hoje casado, lhe cumpra o seu enterro, funeral e bem de alma conforme lhe impôs na escritura de doação de onze de Janeiro do ano de mil oitocentos e oitenta e seis, lavrada na nota do tabelião Silva, da Póvoa de Varzim.
E relativamente ao temporal, declara que é casado à face da Igreja com Joaquina Maria da Silva, de cujo matrimónio tem os seguintes filhos: José, Ana, Teresa, Josefa e Maria, todos casados, aos quais institui como seus únicos e universais herdeiros, como já declarou na citada doação.
Disse mais ele testador que na já citada doação, que conjuntamente (com a) sua dita mulher fizeram ao dito seu filho José António da Costa, reservam o terço de todos os seus móveis, semoventes e dinheiros de ouro e prata para disso dispor por testamento, como na mesma doação consta, e por isso desde já nomeia e deixa o terço da sua menção nos referidos móveis e semoventes e dinheiro de ouro e prata que ao falecimento dele testador for encontrado às ditas suas filhas Ana, Teresa, Josefa e Maria, mas debaixo das condições seguintes: que no sétimo dia depois do falecimento dele testador mandarão rezar duas missas aplicadas pelas almas em geral do fogo do Purgatório e nesse mesmo dia darão aos pobres da sua freguesia e mais necessitados e que ouçam as duas missas pelas almas, como dito fica, a quantia de cinco mil réis.
E nomeia como encarregado deste serviço ao seu genro António José Domingues de Azevedo, de sua freguesia.
E por esta forma tem feito o seu testamento de última e derradeira vontade, que quer se cumpra e se guarde como no mesmo se contém e declara, revogando qualquer outra disposição que a este fim ou testamento haja feito.
Assim o disse na presença das testemunhas, o Rev. José de Marques Lima, João Baptista Rodrigues Leite, lavrador, Clemente Gomes da Costa, carpinteiro, ambos casados, Manuel de Azevedo, sapateiro, e Manuel Pereira da Silva, carpinteiro, ambos solteiros sui juris, todos desta vila, que vão assinar com o testador, depois de ser lido em presença de todos, em voz alta e inteligível, tudo em acto contínuo e sem interrupção, do que outrossim dou fé, sendo colado devidamente por mim, inutilizado no fim deste um selo de estampilha no valor de quinhentos réis.
E eu, António José da Silva, tabelião, que o escrevi e assino em público e raso.

Manuel António da Costa, Padre José de Marques Lima, João Baptista Rodrigues Leite, Clemente Gomes da Costa, Manuel de Azevedo e Manuel da Silva Pereira.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Tu és o sol num novo amanhecer!

Neste dia da Imaculada Conceição, tão querido da Beata Alexandrina, colocamos aqui a quadra com que abriu a Eucaristia em que hoje participámos:


Tu és o Sol num novo amanhecer!
Tu és farol, a vida a renascer!
Maria! Maria! És poema de amor!
És minha Mãe e Mãe do meu Senhor!

Veja aqui o resto deste belo poema, que também pode ouvir.



sábado, 6 de dezembro de 2014

Balasar Antiga

Num encontro largamente concorrido, foi ontem feito o lançamento do livro Balasar Antiga, o primeiro volume da nossa monografia de Balasar que, assim o esperamos, quando estiver acabada, ajudará a perceber melhor vários aspectos da biografia da Beata Alexandrina.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Eleitores de Gresufes em 1886 e 1889

Ao estudar os cadernos de eleitores balasarenses para a Junta de Paróquia dos anos de 1886 e 1889, de quando Maria Ana, a mãe da Alexandrina, tinha cerca de dez anos, recolhemos as informações que colocámos nas duas tabelas abaixo.
Na primeira ocorrem o seu pai e o seu avô, na segunda só o seu pai: assinalámos os nomes a itálico. Do avô, vê-se que era homem bastante abastado, do pai nem tanto, mas certamente, em 1889, ainda esperava herdar parte dos haveres paternos. Eram os dois analfabetos.

Do nome que inicia a primeira tabela, António da Costa Reis (repare-se no seu rendimento), sabe-se que era da Casa da Torre, vizinha da dos Vicentes. Foi dessa casa o Pe. José António da Costa Reis, falecido em 1891 e de lá também haveria de ser o Carlos da Costa Reis, de triste memória.
António da Costa Reis era padrinho e possivelmente tio por afinidade do pai da Alexandrina.
Ocorrem dois Farias, o Manuel e o José, que devem ser pai e filho e antepassados dos dois homens do mesmo apelido que participaram no assalto à casa da Alexandrina no Sábado Santo de 1918.
Manuel da Costa Boucinha é o célebre político balasarense.
Na segunda tabela não ocorre pai da Maria Ana, o que, só por si, não indica que tivesse falecido.
Manuel António Machado era outro vizinho da Casa dos Vicentes e foi também pai dum sacerdote, Joaquim da Costa Machado.
O Joaquim Boucinha que abre a lista era irmão do Manuel da Costa Boucinha.

A habilitação literária primária corresponderia a alguma capacidade de leitura e a assinar o nome; não significaria que tivesse havido frequência de escola.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Ainda a Beata Alexandrina na Revista "Theologica"

Como prometemos, vamos tecer um breve comentário ao estudo de Alexandre Freire Duarte saído na Theologica.
A espiritualidade vitimal está no centro da reflexão sobre o sentido da vida e da obra da Beata de Balasar: ela viveu no lugar do Calvário, mas viveu também o mais do tempo na Cruz ou próxima dela. Como era de esperar, por se tratar de um estudo de excelente nível, Alexandrina sai-se muito bem da reflexão feita.
É um trabalho de teólogo para teólogo, muito académico, com citações em várias línguas vivas e ainda em latim.
O modo como o autor aborda o sensível tema da ira de Deus deixa-nos algumas dúvidas.
São citados vários livros da Alexandrina, mas não os dos seus mais categorizados biógrafos e intérpretes, o Pe. Pinho e o Pe. Humberto, ou os Signoriles.

Ao que nos informam, Alexandre Freire Duarte tem a seu cargo o estudo da obra da Beata Alexandrina com vista à publicação.