sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Teologia mística

O Pe. Mariano Pinho escreveu uma vez:
O Pe. Arintero, na sua Evolución Mística, a cada passo ensina que muitos são os chamados à vida contemplativa, numerosos os que a iniciam e se nem todos a realizam plenamente (os que atingem os graus supremos da mística são reduzidos) é, no parecer do mesmo distinto autor, pela dificuldade árdua desses caminhos e por falta de Directores experimentados, e tem estas palavras severas: “a crassa ignorância dos caminhos de Deus, as contínuas imprudências e temeridades, a falta de zelo e quiçá sobre de zelos, as intenções rasteiras de tantos directores ineptos que não sentem, nem sabem, nem querem saber as coisas do espírito, são responsáveis diante de Deus de que a imensa maioria, o 90%, segundo o Pe. Godinez, das almas que se encontram nesta aridez (fala de purgações passivas) em vez de passarem em cheio ao estado da contemplação a que Deus as chama com insistência, descaiam lastimosamente do seu primeiro fervor numa tibieza habitual ou tornem à vida mundana…” [1].
Imagem de S. Teresa de Ávila na Basílica do Convento de Mafra.

Nem entender as frases desta citação é fácil quanto mais saber um pouco de mística! No nosso caso, ignoramo-la quase por completo.

Por isso achamos curiosa esta recomendação vinda do Arcebispo de Braga e que achamos num capítulo de visita de 2 de Junho de 1768:
E tanto o Rev. Pároco como todos os mais eclesiásticos se aplicarão ao estudo da teologia mística, visto é lição especial, por alguns livros próprios deste importante ministério para governo e direcção das almas, advertindo que passado o termo de seis meses se lhes há-de perguntar em seus exames a sobredita matéria. 
Com a teologia mística, vinham à baila S. João da Cruz e Santa Teresa de Ávila.



[1] Fr. G. Arintero, O.P., Evolución Mística, lib. III, pág. 368; Salamanca, 1930.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

29 de Março de 1945, Quinta-feira Santa

É já noite e a minha alma sente como nunca que é a noite do amor, é a noite mais santa. Jesus vai partir e quer ficar entre nós. Que enleio de amor, que prisões do Seu Coração para os corações dos que Lhe são queridos! Que ansiedade de ir e de ficar!
O meu coração experimenta tudo isto. Eu sou pão, sou vinho, sou hóstia, sou sacrário.
Que noite rica, que noite bela! Os anjos desceram do Céu a adorar tão grande mistério.

Mas, oh, o que espera Jesus! Que traição, que falsas armadilhas tem a Seu lado!
Vejo o Horto, vejo o sangue: tudo em silêncio, para só Jesus ouvir e sentir.
E que despreocupação a dos queridos do Seu Coração! Pouco compreendem da dor e aflição de Jesus. 

domingo, 26 de outubro de 2014

A propósito do "registo" da Santa Cruz

Há uma pagela chamada registo que era distribuída na capela da Santa Cruz de Balasar em cujo fundo, como nos ex-votos, vinha uma cartela onde se lia:

N. S. da Cruz aparecida no monte Calvário, na freguesia de Balasar, a 22 de Junho de 1832.
O N. Ex.mo Prelado concedeu 40 dias de indulgências (a) todas as pessoas que rezarem, de joelhos, um P. N. e Ave-Maria diante desta estampa pela extirpação das heresias, concórdia entre os príncipes cristãos e excitação (exaltação) da S.ta Madre Igreja Católica.


É curioso verificar que a intenção proposta era muito antiga. Consta por exemplo num documento de 11 de Março de 1782, de que abaixo se copia a primeira e principal parte (clique sobre ele para o ver em tamanho maior). 

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Ao peregrino da Beata Alexandrina


O peregrino que vai a Fátima aqui do norte costuma aproveitar para se enriquecer culturalmente conhecendo alguns dos monumentos importantes que existem nas redondezas: a Batalha, Leiria, Alcobaça, Ourém com o seu Castelo, Tomar, etc. Também o peregrino de Balasar poderá ir da terra da Alexandrina mais culto … além de mais piedoso.
Que há nas redondezas que o possa cativar?
Antes de mais há algumas instalações hoteleiras, em Gondifelos (Quintade Cruges) e Arcos (Villa de Arcos, Quinta de São Miguel). Já é alguma coisa pois que se trata de turismo predominantemente rural.
Há também o caminho de Santiago, com o seu albergue em Rates. E nesta vila há o seu monumento românico, o seu pequeno mas valioso museu.
Quando será que os responsáveis pelo Caminho de Santiago na Internet se lembram de anunciar, nas proximidades de Rates, a terra onde viveu a Beata Alexandrina e se encontra o seu túmulo?
Mas há mais: há a Cividade de Bagunte, o Castro de Argifonso nas proximidades dela (creio que não visitável), o Castro de Penices, quase pegado a Balasar.
E há ainda as pontes românicas da Gravateira, em Gondifelos, um belo Calvário a poucos metros (pode vê-los aqui), a ponte românica de Arcos. E a igreja românica de Rio Mau.
E não haverá mais? Há com certeza.
Quando em Balasar se deseja a canonização da Beata Alexandrina, não fará nada mal saber que tão perto, em Rates, houve um santo justamente despromovido, São Pedro de Rates. Quem não terá curiosidade em saber o que se passou?

O nosso estudo da história de Balasar tem-nos obrigado a estudar muitas coisas que desconhecíamos. As que acabamos de enunciar são algumas delas.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Em Balasar


Estivemos hoje em Balasar quando passava pouco das dez horas. O tempo estava nublado e a ameaçar chuva, mas havia bastante gente, nomeadamente na igreja.
Soubemos que a peregrinação da Alexandrina Society veio no passado sábado, dia em que veio também uma outra onde se incluía gente da Croácia.
Reze pela canonização da Beata Alexandrina.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Santa Teresa de Ávila das Mary’s Dowry Productions


A vida da mística espanhola, autora, reformadora e Doutora da Oração Santa Teresa de Ávila é analisada em detalhe neste filme biográfico que é apropriado para todos. 
O início da vida de Santa Teresa, as suas devoções, sofrimentos e decisões, bem como seu noviciado, conversões, desenvolvimento de oração, sua reforma da Ordem Carmelita e muito mais são aqui cuidadosamente apresentados.
Qualidades naturais de Santa Teresa, seu humor, devoção e escritos atraíram e inspiraram muitos durante sua vida e continuam a fazê-lo hoje. 
Bem-humorada, determinada e profundamente apaixonada por Deus, ela é um grande exemplo para todos. 
Arte sacra, pinturas, fotografias e mapas da Espanha, um fantasiado visual simples, cenário, narrativa e música se combinam para apresentar um filme criativo, detalhado e devoto da vida de Santa Teresa de Ávila.
Este novo DVD está disponível em todo o mundo a partir de nossa loja on-line 
Os escritos da grande mística Santa Teresa de Ávila são indispensável para o estudo da Beata Alexandrina.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Santa Teresinha e a Beata Alexandrina


Agora que estamos a caminho do dia 13, copia-se, dos Sentimentos da Alma  de 3 de Outubro de 1947, este breve diálogo entre Santa Teresinha e a Beata Alexandrina. Santa Teresinha promete que virá ao encontro da Alexandrina “na passagem para a eternidade”.

Veio Santa Teresinha, vestida de luz, com um diadema formosíssimo. Como ela era linda e bondosa!
Abraçou-me, beijou-me muito e num abraço prolongado disse-me:
- Minha irmã, esposa do Meu Esposo e filha do Meu Senhor, tem coragem!
Que grande glória te espera no Céu! Que formosa coroa formada do teu martírio!
Sofre com alegria, conta com a minha protecção aqui na terra e virei ao teu encontro na passagem para a eternidade.
Imagem de Santa Teresinha que existe no quarto da Alexandrina e que é fotografia duma escultura da igreja poveira da Misericórdia.

- Santa Teresinha, minha querida Santa Teresinha, confio em ti, conto com a tua protecção, ama por mim a Jesus e à Mãezinha e a toda a Santíssima Trindade.

domingo, 5 de outubro de 2014

Os últimos momentos da vida terrena da Beata Alexandrina


Na biografia da Beata Alexandrina Só por Amor!, a D. Eugénia recolhe este testemunho da Dra. Irene de Azevedo, filha do Dr. Azevedo (querida amiga que muitas vezes tinha escrito, em substituição da Deolinda, o que a Alexandrina ditava para os seus diários), sobre os últimos momentos da vida terrena da biografada:
Uma das últimas fotografias da Beata Alexandrina.

Tinha-se a sensação de que naquele quarto de dor acontecia algo de tremendamente grande e misterioso: tinham chegado os últimos momentos duma vítima à qual tinha sido pedida uma grande reparação.
Junto dela, tentava dar-lhe um pouco de consolo molhando-lhe os lábios secos.
Não ousava quase falar com o temor de lhe aumentar o sofrimento.
(...) Pedia com insistência a Deus que a levasse depressa para o Céu: única oração digna dela. (...) Que expressão tinha! Santa resignação à vontade de Deus, mas sofrimento de aterrorizar, e tal que uma alma pode suportar naquele modo só com uma graça e uma ajuda grande do Senhor.
Desde então faço uma ideia do que terá sido a Paixão e Morte do Senhor. (...) Contemplando o seu vulto dolorosíssimo, parecia-me ouvir a frase de Jesus: “Pai, porque me abandonaste?”
Tudo estava consumado.