sábado, 28 de junho de 2014

Ai, como eu vejo o mundo correr no caminho da perdição!

Ai, como eu vejo o mundo correr no caminho da perdição! Oh, que dor tão tremenda, dor que é impossível explicar! Ser mãe, mãe que ama sem haver igual amor, e ver a humanidade fugir-me; morrem todos os meus filhinhos. Morrem nos vícios, nos prazeres, nas loucuras do pecado. Eles loucos pelo gozo, e eu, louca de amor por eles, para os salvar!
A luz que possuo penetra tudo e em todos. A luz não é minha nem é para mim, mas com ela vejo a maior das desordens e misérias. Esta luz vê tudo o que vai na terra e sinto que ela mesma se quer revoltar contra a mesma terra. Os seus raios não podem enfrentar o lodo e lama nojenta que ela contém.
A torre (veja aquique em mim se levantou vai subindo, subindo, caminha para o céu. Sinto que vai tão alta, mas os seus olhares não atingem o seu fim. Ela vai subindo e, como remate, com ela sobe a luz; e lá das alturas vê o mundo, ilumina o mundo, sobre ele espalha os seus raios, raios que tentam subir a si por não poderem pensar no mundo.
Queria dizer tanto a respeito desta luz, queria fazer-me compreender e não sei.
E agora, pobre de mim, sinto-me em abandono total e completo; não tenho ninguém por mim nem na terra nem no céu. É o que sinto, mas confio que não é a realidade.

sábado, 21 de junho de 2014

Ida a Balasar

Estivemos hoje em Balasar a visitar a exposição integrada (?) no "Concurso de Fotografia, Balasar Ontem e Hoje". Várias dezenas de fotografias de boa qualidade documentam o passado e presente da freguesia. Destacam-se ora por assinalarem algum aspecto mais ou menos etnográfico ora são apenas registos de um passado recente. Algumas delas enviam directa ou indirectamente para a Beata Alexandrina.
Apreciámos particularmente um objecto tridimensional em exposição, um espadeladoiro. Objectos como ele deviam ser concebidos como obras de arte a oferecer a namoradas e noivas; este não tinha sinais de ter sido usado. Nos motivos ornamentais da haste, havia uma cruz numa das faces e um sino saimão na outra, símbolos que ocorrem quer nos jugos quer nas ferragens dos portais fronhos e que integram tais objectos na arte popular da segunda metade do século XIX ou começos do XX. 
Um outro objecto que nos interessou foi um volumoso aparelho de rádio, certamente algo semelhante àqueles por onde foi ouvida a proclamação da Consagração do Mundo ao Imaculado Coração de Maria ou por onde os balasarenses escutaram Salazar na altura da Festa dos Centenários.
Vimos na Capela da Santa Cruz um grupo de peregrinos da Coreia do Sul.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Balasarenses notáveis

A Beata Alexandrina teria certamente também a sua costela de bairrista e prezaria conhecer os notáveis da sua terra. Consulte-se sobre tais balasarenses o portal municipal.

sábado, 7 de junho de 2014

Ida a Balasar

Estivemos hoje em Balasar; à hora em que por lá passámos a igreja estava cheia, com uma missa integrada na devoção dos primeiros sábados.
Perguntando se havia novidades sobre a publicação da Autobiografia, a pessoa a quem nos dirigimos só sabia que se estavam a desenvolver diligências nesse sentido, sem saber acrescentar mais nada.
Para o efeito, cremos que adiantaria bastante a publicação dum livro que temos em vista sob o título de “A Balasar da Alexandrina” e que contará sobretudo a história contemporânea da Beata.
Ficámos muito bem impressionado com o arranjo da recepção da igreja, que tem agora um mobiliário ajustado à sua função.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Os sacerdotes católicos nos Sentimentos da Alma

Ultimamente tem-se falado muito dos sacerdotes católicos. Mas não é pelas melhores razões. Fala quem pouco entende do que está em causa, numa obsessão contra o celibato. Porque a questão de fundo é a da santidade deles, não o celibato.
Percorremos grande parte dos Sentimentos da Alma à procura de referências aos sacerdotes: são muitas, muitas. Mas não são só muitas, são veementes e sobretudo dolorosas: Jesus e também a Sua Mãe queixam-se do seu pouco empenho em serem santos, de que eles se desviam da missão que lhes foi confiada.
Quem queira tirar dessas queixas razões acrescidas contra os padres repare nas outras queixas, nas que respeitam aos fiéis leigos e a toda a humanidade.

Tenho fome, tenho fome, fome da humanidade, minha filha. Como ela se perde!... Oh, como ela se perde!...
Acode-lhe, acode-lhe! Salva os pecadores, salva os sacerdotes! Andam tantos, tantos na vida do pecado!... 
Que tristeza para o meu divino Coração! Que dor!... Que dor!...
Escolhi-os para Mim! Escolhi-os para amarem e fazerem amar! 
Que infidelidade! Que ingratidão!...
Não Me amam!... Ofendem-Me horrivelmente e fazem que muitos, muitos Me ofendam.
Ó minha filha, ó minha filha, ó minha filha, oferece-te muitas vezes ao meu Coração amantíssimo como vítima deles.

Está bem triste, infinitamente triste o meu Divino Coração. Estou triste, infinitamente triste, minha filha.
Os pecadores, os pecadores não escutam a minha voz.
Os sacerdotes, os sacerdotes, os sacerdotes, aqueles que deviam ser santos no seio do mundo, o sal da terra, o que são, o que são, o que eles são em grande número?! O escândalo, a perdição de tantas, tantas almas. (…)
Eu quero, eu quero nos sacerdotes mais pureza e mais pobreza, mais caridade e mais amor. Eu quero, eu quero nos sacerdotes maior desprendimento, maior desprendimento, mais escondimento, mais vida interior.

Minha filha, és vítima do mundo, do mundo inteiro, mas és mais, muito mais dos sacerdotes, que, às dezenas, às centenas, aos milhares, renovam a minha Sagrada Paixão.

(Fala a Mãe de Deus) Minha filha, minha querida filha, aceita o meu Imaculado Coração. Pertence-te, como te pertence O de Jesus.
Vive de Mim como de Jesus. Vive para Mim como vives para Jesus.
Faz que a minha pureza e Imaculada Conceição sejam amadas como tu as amas. Faz com que muitas almas Me imitem, sobretudo, minha filha, sobretudo os sacerdotes, para exemplo e guia de todas as almas.
Jesus está triste. Eu estou triste!... Há tão poucos, tão poucos, puros e imaculados!... São tantos, tantos a perderem-se e a fazer perder as almas. Consola, consola os nossos Divinos Corações e dá-Nos toda a reparação que te pedimos.

Minha amada, minha loucura, quero que Me ofereças uma parte desses sofrimentos pelos sacerdotes, para os que possuem a luz divina e compreendem a minha vida nas almas a possuírem cada vez mais e compreenderem cada vez melhor e não terem outra vida a não ser a minha. Pelos que a não compreendem, para que a estudem e, não estudando nem a compreendendo, não tentem apagar a luz e matar essa mesma vida. E por todos aqueles que Me ofendem gravemente.

domingo, 1 de junho de 2014

De Balasar para o mundo

Havia um texto nosso em linha em várias localizações, inclusive no site da Arquidiocese de Braga e no da Agência Ecclesia, como tínhamos dito aqui. Recentemente desapareceu destas destes dois sites onde esteve talvez dez anos. Vamos copiá-lo abaixo para recordar. Que ele ainda está em muitos lados e em várias línguas. Basta procurar.

Um dos aspectos mais surpreendentes na Alexandrina é a dimensão universal insistentemente atribuída à sua mensagem. Tudo nela tem alcance mundial. Se acontece em Balasar, é para se projectar no mundo.
Já em 22 de Novembro de 1937, quando ela era conhecida apenas num reduzidíssimo círculo de familiares e amigos, Jesus lhe afirmava:
Eu quero que, logo após a tua morte, a tua vida seja conhecida, e há-de o ser, farei que o seja. Chegará aos confins do mundo (…)
Um dia, durante um êxtase da Paixão, estava ela no chão sob o peso da cruz, dois homens tentaram levantá-la, mas não conseguiram. Ela pesava mais ou menos 34 quilos. À pergunta do director espiritual sobre quanto pesava a cruz que carregava, esclareceu que ela tinha um “peso mundial”.

Terracota italiana, certamente de origem salesiana, que mostra a Beata Alexandrina a envolver o mundo no Rosário.

A consagração ao Imaculado Coração de Maria de que foi mensageira não foi a da Rússia ou de Portugal, nem a da Cristandade, foi a do mundo. Isso está bem claro nas palavras de Jesus proferidas em 29 de Maio de 1942 e já citadas noutro local:
Ave, Maria, Mãe de Jesus!
Honra, glória e triunfo para o seu Imaculado Coração!
Ave, Maria, Mãe de Jesus, Mãe de todo o universo!
Quem não quererá pertencer à Mãe de Jesus, à Senhora da Vitória?
O mundo vai ser consagrado todo ao seu Materno Coração!
Guarda, Virgem pura, guarda, Vir­gem Mãe, em teu Coração Santíssimo, todos os filhos teus!
Veja-se o alcance universal atribuído à vida da Alexandrina nestas espantosas frases:
Minha filha, escola de toda a humanidade! ...
Quanto deve ela aprender nesta escola:
Escola da vida de Cristo, escola da ciência do Altíssimo!
É aqui que aprendem os pequenos, os grandes, os ignorantes e os sábios.
É nesta escola que se aprende a sofrer e a amar. (15/4/49)
E ainda esta outra citação, de teor semelhante ao da precedente:
Vem o Jardineiro divino ao seu jardim a ver as maravilhas que nele operou e o fruto de tantas canseiras. (…)
As minhas maravilhas em ti não ficam ocultas, não consinto no seu escondimento.
Hão-de brilhar! São a minha glória; são salvação das almas.
Tudo será conhecido, minha doutora das ciências divinas[1], tudo será conhecido no livro da tua vida.
És a heroína do amor, a heroína da dor, a heroína da reparação, a heroína dos combates, a rainha dos heroísmos. (18-5-1945)
São abundantes as afirmações deste género, que são sempre altamente poéticas. Mas a que segue tem ainda assim carácter excepcional. Quando o mundo se dilacerava numa guerra que parecia não ter fim, ele era entregue, no dia da Imaculada Conceição, aos cuidados da Alexandrina. Mais, ela era declarada sua rainha, “rainha do mundo”:
Tu és a segunda arca de Noé.
Em ti guardo os pecadores;
em ti, como nessa arca, guardo tudo para a vida do no­vo mundo.
A tua dor, a tua imolação é dor e humilhação de vida mais para as almas que para os corpos.
Coragem, filhinha! Nada temas.
A chuva que sobre a nova arca cai não é de condenação, é de salvação:
é chuva de humilhações, desprezos e sacrifícios.
A arca não está em perigo: navega nas alturas.
Uma vez que baixem as águas da perseguição, verá o mundo a riqueza que continha, que era de salvação.
Filhinha, amada querida, Eu não estou sozinho, está comigo a minha bendita Mãe; escuta o que ela te diz.
Jesus à esquerda, a Mãezinha, à direita, tomou-me para o seu regaço, apertou-me fortemente contra o seu sacratíssimo Coração, cobriu-me de carícias e disse-me:
— Minha filha, venho com o meu divino Filho fazer-te a entrega da humanidade e fechá-la em teu coração.
Ficam as chaves na posse do teu Jesus e da tua querida Mãezinha.
Dei-te o meu santíssimo manto e a minha coroa de rainha: foste coroada por mim.
És rainha dos pecadores, és rainha do mundo, escolhida por Jesus e por Maria. (8-12-1944)


[1] Em 22-2-1946, Jesus declara à Alexandrina: “És mestra de todas as ciências, doutora das ciências divinas”.
Em 1-12-44, já lhe chamara “livro onde estão escritos com dor e sangue, letras de oiro e pedras preciosas todas as ciências divinas”.