Documentos da autoridade
cismática
Embora assinado por três
eclesiásticos, o primeiro dos quais dito Arcebispo de Lacedemónia, este
documento pretende expor o ponto de vista de D. Pedro sobre a “Santa Religião
Católica e Apostólica Romana” dias antes da publicação do Decreto que extinguia
as Ordens Religiosas.
D. Marcos, Arcebispo de
Lacedemónia, era um maçónico assumido, como D. Pedro. O Rei e estes
eclesiásticos eram responsáveis pelo cisma.
Merecendo a Sua Majestade Imperial, o Duque de Bragança, em nome da Rainha,
os maiores desvelos e cuidados a conservação da Santa Religião Católica e
Apostólica Romana que temos a felicidade de professar e constando que um grande
número de Eclesiásticos do Clero secular e regular de diversas ordens e
hierarquias, abandonando as igrejas e as casas religiosas nas quais tinham
obrigação de residir e fazer serviço, andam em seguimento das tropas rebeldes,
de terra em terra, de província em província, procurando por todos os meios ao
seu alcance perpetuar a usurpação e a guerra civil entre portugueses, todos
irmãos e filhos da mesma pátria, que lhes deu a existência, recorrendo a
mentiras, falsidades e embustes, e desejando o mesmo augusto Senhor expurgar o
Santuário de Deus vivo de entes tão perversos e escandalosos, há por bem mandar
pela Junta do Exame do Estado Actual e Melhoramento Temporal das Ordens
Religiosas, encarregada da reforma geral eclesiástica, a todos os Governadores
Temporais e Vigários Capitulares dos arcebispados e bispados destes reinos de Portugal
e Algarves e bem assim a todos os Prelados locais dos mosteiros e conventos,
assim como a todos os Párocos que nenhum eclesiástico, de qualquer ordem ou
preeminência que sejam ou mostrarem ter, deixem usar das ordens sem que mostrem
ser providos pelo mesmo augusto Senhor ou pelas autoridades eclesiásticas por Sua
Majestade Imperial estabelecidas nas capitais das Dioceses para que se não renovem
as seduções pelo abuso dos Santos Sacramentos e do Ministério Evangélico e com
elas os sacrilégios praticados contra a Religião e os crimes contra a Rainha da
Nação e a liberdade, Sua Majestade Imperial impõe aos Prelados e outras
autoridades eclesiásticas a mais rigorosa responsabilidade na observância das
suas superiores ordens e as sobreditas autoridades darão conta, pela mesma
Junta, não só da recepção, cumprimento e publicação desta ordem, mas de todos
os casos em que tiverem de a publicar, remetendo as informações nominais e circunstanciadas
de todos os indivíduos que se acharem nela compreendidos.
D. Marcos, Arcebispo de Lacedemónia |
Lisboa, em Junta de 26 de Maio de 1834.
José Isidoro Gomes da Silva
José Portelli
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