Quem primeiro estudou a Beata
Alexandrina foi o P.e Mariano Pinho. Estudou-a para a poder dirigir, para saber
que não trilhava caminho errado, para perceber o sentido de certos pedidos que
Jesus fazia à Alexandrina e finalmente para sobre ela escrever Uma Vítima da Eucaristia e No Calvário de Balasar. São dois livros
que resultam de uma demoradíssima reflexão e de grande sofrimento, nascido de incompreensões
que levaram até ao seu exílio.
Que ele desde o princípio teve a
percepção de que estava perante um caso singularíssimo deduz-se de ter guardado
as cartas que a Alexandrina lhe dirigia e que se conservam. Também ela guardou
as que dele recebeu, que foram oferecidas à causa, mas que se extraviaram. Se um
dia aparecerem, serão uma grande ajuda para a “causa” do próprio P.e Mariano Pinho.
Estudou também a Alexandrina e
entendeu-a esse sábio que foi o Mons. Vilar, como se constata pelas cartas que lhe enviou.
O P.e Humberto é outro grande estudioso
dela. O sofrimento nascido da dedicação que lhe votou também lhe bateu
rapidamente à porta, por exemplo, quando a defendeu das conclusões infundadas
da comissão examinadora, quando foi obrigado a regressar a Itália, etc.
Mas há um momento importante, entre
outros, em que este salesiano aprofundou aspectos do seu estudo: foi quando o
chamaram para preparar o Processo Informativo Salesiano. Mergulhou então pela primeira
vez na totalidade dos escritos da sua antiga dirigida e pôde conhecer as muitas
testemunhas do processo e os seus testemunhos. Eis a Alexandrina reflecte isso.
O livro mais valioso do P.e Humberto sobre
a Beata Alexandrina é Cristo Gesù in
Alexandrina.
Como o P.e Pinho, também o P.e Humberto teve
de aprofundar os conhecimentos sobre mística.
O Dr. Azevedo é às vezes esquecido como
estudioso da Alexandrina, mas ele publicou muito sobre ela no Boletim de Graças
e já antes tinha publicado em jornais, bem como enviado correspondência para
muitos destinatários.
Também o P.e Leopoldino publicou vários artigos
sobre ela na imprensa poveira.
Entre os Salesianos, houve mais três sacerdotes
que dedicaram muitas atenções à Beata, o italiano e sábio P.e Calovi,
que participou no Processo Informativo Diocesano e cumpriu a penosa tarefa de
bater à máquina por quatro vezes os milhares de páginas dos escritos, o também italiano P.e Luigi Fiora e o P.e
Gabriel Bosco (pseudónimo de Ismael de Matos).
Estudaram a Alexandrina, a pedido do P.e
Humberto, os professores de Física e Matemática Chiaffredo Signorile e a sua
esposa Eugénia. Aprenderam primeiro português, traduziram para italiano os
Sentimentos da Alma e depois escreveram sobre ela. Figlia del Dolore Madre di Amore é um monumento à sua dedicação.
Após a morte do Sr. Chiaffredo, a D. Eugénia continuou a escrever até hoje
(apesar de se aproximar dos 100 anos), publicando, entre muitas outras, obras como Solo per Amore! e o volumoso La Gloria dell’Uomo dei dolori nel sorriso di
Alexandrina.
Quem vem depois destes esforçados
autores tem de começar por eles. Há muita coisa na biografia da Beata
Alexandrina que obrigatoriamente esclarece o sentido dos seus escritos e o conhecimento
disso só se alcança estudando.
Mas mais, há aspectos que nem estão
acessíveis ao estudioso comum. Estamos a pensar numas “Notas” que o P.e Humberto
possuía e de que não há cópia em Balasar (não havia pelo menos até há pouco
tempo). Mas está também por escrever uma síntese sobre as doenças da Alexandrina,
que permitiria perceber melhor o alcance, o percurso do sofrimento desta
alma-vítima. Pela nossa parte temos vido a estudar a história de Balasar e em
concreto a do tempo da Beata. A nada disto se chega pelo conhecimento geral da
teologia, mas por uma morosa investigação.
Sabemos todos que houve muitas outras
pessoas que estudaram a Beata de Balasar, mas as mais delas trouxeram pouco de
novo, como é normal. O seu objectivo era mais a divulgação.
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