domingo, 29 de julho de 2012

Quem estudou a Beata Alexandrina?

Quem primeiro estudou a Beata Alexandrina foi o P.e Mariano Pinho. Estudou-a para a poder dirigir, para saber que não trilhava caminho errado, para perceber o sentido de certos pedidos que Jesus fazia à Alexandrina e finalmente para sobre ela escrever Uma Vítima da Eucaristia e No Calvário de Balasar. São dois livros que resultam de uma demoradíssima reflexão e de grande sofrimento, nascido de incompreensões que levaram até ao seu exílio.
Que ele desde o princípio teve a percepção de que estava perante um caso singularíssimo deduz-se de ter guardado as cartas que a Alexandrina lhe dirigia e que se conservam. Também ela guardou as que dele recebeu, que foram oferecidas à causa, mas que se extraviaram. Se um dia aparecerem, serão uma grande ajuda para a “causa” do próprio P.e Mariano Pinho.
Estudou também a Alexandrina e entendeu-a esse sábio que foi o Mons. Vilar, como se constata pelas cartas que lhe enviou.
O P.e Humberto é outro grande estudioso dela. O sofrimento nascido da dedicação que lhe votou também lhe bateu rapidamente à porta, por exemplo, quando a defendeu das conclusões infundadas da comissão examinadora, quando foi obrigado a regressar a Itália, etc.
Mas há um momento importante, entre outros, em que este salesiano aprofundou aspectos do seu estudo: foi quando o chamaram para preparar o Processo Informativo Salesiano. Mergulhou então pela primeira vez na totalidade dos escritos da sua antiga dirigida e pôde conhecer as muitas testemunhas do processo e os seus testemunhos. Eis a Alexandrina reflecte isso.
O livro mais valioso do P.e Humberto sobre a Beata Alexandrina é Cristo Gesù in Alexandrina.
Como o P.e Pinho, também o P.e Humberto teve de aprofundar os conhecimentos sobre mística.
O Dr. Azevedo é às vezes esquecido como estudioso da Alexandrina, mas ele publicou muito sobre ela no Boletim de Graças e já antes tinha publicado em jornais, bem como enviado correspondência para muitos destinatários.
Também o P.e Leopoldino publicou vários artigos sobre ela na imprensa poveira.
Entre os Salesianos, houve mais três sacerdotes que dedicaram muitas atenções à Beata, o italiano e sábio P.e Calovi, que participou no Processo Informativo Diocesano e cumpriu a penosa tarefa de bater à máquina por quatro vezes os milhares de páginas dos escritos, o também italiano P.e Luigi Fiora e o P.e Gabriel Bosco (pseudónimo de Ismael de Matos).
Estudaram a Alexandrina, a pedido do P.e Humberto, os professores de Física e Matemática Chiaffredo Signorile e a sua esposa Eugénia. Aprenderam primeiro português, traduziram para italiano os Sentimentos da Alma e depois escreveram sobre ela. Figlia del Dolore Madre di Amore é um monumento à sua dedicação. Após a morte do Sr. Chiaffredo, a D. Eugénia continuou a escrever até hoje (apesar de se aproximar dos 100 anos), publicando, entre muitas outras, obras como Solo per Amore! e o volumoso La Gloria dell’Uomo dei dolori nel sorriso di Alexandrina.
Quem vem depois destes esforçados autores tem de começar por eles. Há muita coisa na biografia da Beata Alexandrina que obrigatoriamente esclarece o sentido dos seus escritos e o conhecimento disso só se alcança estudando.
Mas mais, há aspectos que nem estão acessíveis ao estudioso comum. Estamos a pensar numas “Notas” que o P.e Humberto possuía e de que não há cópia em Balasar (não havia pelo menos até há pouco tempo). Mas está também por escrever uma síntese sobre as doenças da Alexandrina, que permitiria perceber melhor o alcance, o percurso do sofrimento desta alma-vítima. Pela nossa parte temos vido a estudar a história de Balasar e em concreto a do tempo da Beata. A nada disto se chega pelo conhecimento geral da teologia, mas por uma morosa investigação.
Sabemos todos que houve muitas outras pessoas que estudaram a Beata de Balasar, mas as mais delas trouxeram pouco de novo, como é normal. O seu objectivo era mais a divulgação.

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