Nossa
Senhora das Dores
A
Póvoa possui três igrejas marianas, a Matriz, a Senhora das Dores e a Lapa. A
Alexandrina, que frequentou a Matriz com regularidade, mostra uma ligação
vincada à Senhora das Dores. Anuncia-se aqui já a sua paixão pela "Mãezinha" e
mesmo a sua atracção pelo Calvário, que não será só o nome do lugar da sua
residência, mas quase a sua vivência de cada hora.
Quando ia a passeio com a patroa para o campo, acompanhada com outras meninas, fugia do convívio delas e ia apanhar flores, que desfolhava para fazer tapetes na igreja de Nossa Senhora das Dores. Era em Maio e toda me comprazia em ver o altar da Mãezinha adornado de rosas e cravos e de respirar o perfume dessas flores. Algumas vezes, oferecia à Mãezinha muitas flores, que minha mãe propositadamente me levava.
Nos
seus diários a Alexandrina conta inúmeras vezes a sua vivência pessoal do drama
do Calvário. Veja-se um pouco do que ela ditou no dia 9 de Maio de 1947 e onde
recebe o título de "Alexandrina das
Dores":
[1] Embora só íntima, a vivência da Paixão não era menos dolorosa do que quando a revivia visivelmente..
Esta manhã não podia respirar, não podia viver, estava tomada de terror.
Sentia os olhos colados pelo sangue que brotava do grande capacete de penetrantes espinhos que me cingiam a cabeça.
Assim segui as escuras e estreitas ruas do Calvário. ...
Oh como foi dolorosa a viagem!
Quanto me custou chegar ao Calvário![1] (...)
Veio Jesus; deu luz a toda a minha alma e disse-me:
- Minha filha, minha filha, minha Alexandrina, Alexandrina das dores:
Deixa-me que te dê mais este título de Minha esposa:
Alexandrina das Dores!
Tem coragem!------------------------
[1] Embora só íntima, a vivência da Paixão não era menos dolorosa do que quando a revivia visivelmente..
Imagens: exterior da Capela da Senhora das Dores, em cima, e nicho da mesma Senhora no altar-mor, em baixo.
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