A ida para a Póvoa
Faz
agora 100 anos que a pequena Alexandrina deixou a Póvoa, para onde tinha ido
estudar, e regressou à sua Balasar. Vamos tentar fazer aqui uma narrativa
actualizada do que podemos saber sobre a sua passagem por lá.
Como
fez a respeito do Salto e a respeito do seu patrão-carrasco, ela disse muito menos
do que sabia. Disse certamente o indispensável e o mais importante, mas calou
muita coisa do que passou na pequena vila que era a Póvoa de Varzim. Mas
algumas delas, podemos imaginá-las.
Ouçamo-la:
Em Janeiro de 1911, fui com minha irmã Deolinda para a Póvoa do Varzim, para frequentarmos a escola. Não quero pensar quanto sofri com a separação da minha família. Chorei muito e durante muito tempo.
Para
frequentar a escola primária pois não havia em Balasar ensino para meninas. A
Alexandrina ainda não tinha 7 anos, fazia-os em Março. De acordo com o P.e
Humberto Pasquale, “as duas irmãs foram colocadas em casa do carpinteiro Pedro
Teixeira Novo, na rua da Junqueira[1].
Frequentaram a escola ‘Mónica Cardia’ e foi sua professora a Sra. D. Emília
Rosa de Freitas Álvares, que habitava na rua do Almirante Reis”.
Como
a Póvoa de Varzim ainda se não tinha dividido em três paróquias, pode-se dizer
que a Alexandrina foi então paroquiana da Matriz, mesmo residindo numa rua que
hoje é S. José de Ribamar.
Na imagem, prédio onde ficava a Escola Mónica Cardia.
[1] A
esposa de Pedro Teixeira Novo chamava-se Maria Mataca e tinha uma pequena casa de comes e bebes próxima da Capela de Nossa Senhora das Dores.
É curioso saber que a
Alexandrina tinha passado pela Rua da Junqueira … mesmo antes de nascer,
aquando daquele episódio em que a sua mãe vem anunciar ao pai que estava
grávida e, para sua humilhação, descobre que ele andava com outra.
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