terça-feira, 3 de julho de 2012

Faz agora 100 anos… (1)


A ida para a Póvoa

Faz agora 100 anos que a pequena Alexandrina deixou a Póvoa, para onde tinha ido estudar, e regressou à sua Balasar. Vamos tentar fazer aqui uma narrativa actualizada do que podemos saber sobre a sua passagem por lá.
Como fez a respeito do Salto e a respeito do seu patrão-carrasco, ela disse muito menos do que sabia. Disse certamente o indispensável e o mais importante, mas calou muita coisa do que passou na pequena vila que era a Póvoa de Varzim. Mas algumas delas, podemos imaginá-las.
Ouçamo-la:
Em Janeiro de 1911, fui com minha irmã Deolinda para a Póvoa do Varzim, para frequentarmos a escola. Não quero pensar quanto sofri com a separação da minha família. Chorei muito e durante muito tempo. 
Para frequentar a escola primária pois não havia em Balasar ensino para meninas. A Alexandrina ainda não tinha 7 anos, fazia-os em Março. De acordo com o P.e Humberto Pasquale, “as duas irmãs foram colocadas em casa do carpinteiro Pedro Teixeira Novo, na rua da Junqueira[1]. Frequentaram a escola ‘Mónica Cardia’ e foi sua professora a Sra. D. Emília Rosa de Freitas Álvares, que habitava na rua do Almirante Reis”.
Como a Póvoa de Varzim ainda se não tinha dividido em três paróquias, pode-se dizer que a Alexandrina foi então paroquiana da Matriz, mesmo residindo numa rua que hoje é S. José de Ribamar.

Na imagem, prédio onde ficava a Escola Mónica Cardia.

[1] A esposa de Pedro Teixeira Novo chamava-se Maria Mataca e tinha uma pequena casa de comes e bebes próxima da Capela de Nossa Senhora das Dores.
É curioso saber que a Alexandrina tinha passado pela Rua da Junqueira … mesmo antes de nascer, aquando daquele episódio em que a sua mãe vem anunciar ao pai que estava grávida e, para sua humilhação, descobre que ele andava com outra.

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