A Póvoa republicana
A Deolinda
e a mãe deviam saber horrores da Póvoa recente e à pequena Alexandrina não seriam de todo estranhos.
Lá
na sua Balasar, a República não deve ter feito grandes estragos: duas pessoas
influentes, o abade Manuel Fernandes de Sousa Campos e o ex-vereador Manuel
Joaquim de Almeida, que com ele colaborava, terão conseguido amainar os ímpetos
de algum republicano mais fanático.
Mas
não fora assim na Póvoa: um grupo de autoproclamados intelectuais liberais, de
pouca elevação moral, agarrou a República com grande radicalismo.
Os
membros das ordens religiosas - Jesuítas, Doroteias e Irmãs de Caridade - no
dia 11 de Outubro já todos tinham fugido ou abandonado a vila.
Havia então uns seis semanários
poveiros, mas naturalmente as vozes que mais gritavam eram as dos que defendiam
a República com todas as suas enormidades; os mais sensatos estavam sob a mira
dos radicais.
O primeiro
administrador republicano do concelho foi um duro, sem tacto político, substituído
em finais de Março de 1911 pelo extremista Sebastião dos Santos.
Além
da guerra contra a Igreja que vinha de Lisboa, as investidas locais eram bem graves.
Foi
uma Póvoa desassossegada, revolta a que recebeu a pequena Alexandrina.
Sobre
os primeiros tempos republicanos na Póvoa de Varzim, vejam-se estas nossas duas
páginas:
Vítimas da República II.
Na imagem, retrato do Prior poveiro: aceitou a República foi o mais decidido na denúncia dos seus extremismos.
Na imagem, retrato do Prior poveiro: aceitou a República foi o mais decidido na denúncia dos seus extremismos.
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