O soneto abaixo saiu n’O Poveiro, o semanário do Prior da Póvoa de Varzim, em 25 de Abril de 1912. Pode ter querido celebrar o dia em que a pequena Alexandrina fez a sua Primeira Comunhão. É provável até.
A Primeira Comunhão
(No Domingo de Bom Pastor)
Duas a duas, em passo compassado,
Fervorosas, elevam sua oração
As crianças que o Cordeiro Imaculado
Pela primeira vez hoje receber vão.
Sisudas e graves, o olhar extasiado,
Para o Céu, onde cantam com devoção
Os Anjos que, cheios de amor dedicado,
A Deus mil graças e louvores dão.
Ajoelham, serenas, à sagrada mesa
Aqueles verdadeiros símbolos da pureza
Para receberem o cândido Jesus…
Que elas vêem, rodeado de Querubins
E de ternos e formosos Serafins,
Fulgente e belo, irradiando Luz!...
Foz, 1912
J. B. de Ovídio Machado
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