terça-feira, 19 de julho de 2011

A Festa dos Centenários em Balasar


O P.e Leopoldino recordava bem as incríveis violências da Primeira República, que aliás o atingiram. Recordava-as ele e recordavam-nas muitos outros. E recordava como ela terminou, no desprezo quase geral. Por isso aderiu ao Estado Novo – e estranho seria se o não tivesse feito.
Em 1940, o regime festejou a fundação da Nacionalidade e a da Restauração com largo programa. Veja-se o que se passou em Balasar.

Esteve interessante e entusiasta a Festa dos Centenários, promovida pelo nosso Rev. Abade e Professores do Ensino Primário. Às 6 horas e meia, houve missa rezada, comunhão de 200 pessoas pela prosperidade de Portugal e Te Deum, a que assistiu muito povo. Às 10 horas e meia, cinco castelos da mocidade das escolas primárias acompanharam a bandeira da Fundação à Igreja Paroquial, onde o Rev. Abade, depois duma erudita alocução, a benzeu. Em seguida formou-se o cortejo, incorporando-se os jocistas, Cruzada Eucarística, com a bandeira, e muito povo. Todos cantaram hinos patrióticos até chegar aos edifícios escolares que estavam lindamente e ornamentados com verdes, tapetes e passadeiras de flores naturais.
Pelo aparelho de rádio, colocado numa janela, os circunstantes iam sabendo o que se passava em Guimarães, a Missa do Primaz das Espanhas, os cânticos dos alunos do Seminário de Braga, o toque dos clarins à elevação, os vivas do povo, tudo se ouvia com grande perfeição.
Do importante discurso do Sr. Dr. Oliveira Salazar, não se perdeu uma só palavra, tal o interesse e o silêncio com que era escutado. O içar da bandeira da Fundação foi um acto emocionante; os vivas, as aclamações, as palmas, as girândolas dos foguetes, tudo comovia.
Cantada a Portuguesa pela mocidade escolar, o Rev. Abade Leopoldino Mateus fez um patriótico discurso sobre os motivos daquela festa centenária, explicando ao povo o que fizeram a Cruz e a Espada na fundação e conservação da nacionalidade portuguesa.
Cantado o Hino da Mocidade, de novo ressoaram as palmas, os vivas, as aclamações a Portugal, à Igreja, ao estado Novo, a Carmona e a Salazar.
Todos retiraram satisfeitos, bendizendo os trabalhos e os esforços dos promotores duma linda, simples e significativa festa.

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