terça-feira, 5 de julho de 2011

A pequena Alexandrina na Igreja de Balasar

Veja-se este fragmento da Autobiografia, de quando a Alexandrina começou a frequentar a igreja:

Quando me encontrava na igreja, punha-me a contemplar os santos, e os que mais encantavam eram as imagens de Nossa Senhora do Rosário e S. José, porque tinham uns vestidos muito bonitos e eu desejava ter uns iguais aos deles. Não sei se seria já princípio da manifestação da minha vaidade. Queria ter uns vestidos assim, porque perecia-me que ficava mais bonita com eles.
E, se nesta idade manifestava os meus defeitos, também mostrava o meu amor para com a Mãe do Céu, e lembra-me com que entusiasmo cantava os versinhos a Nossa Senhora e até me recordo do primeiro cântico que entoei na igreja, que foi “Virgem pura, tua ternura, etc.”
Gostava muito de levar flores às zeladoras que compunham o altar da Mãezinha.

As imagens

Quando a Alexandrina começou a frequentar a igreja, havia uma igreja nova, a estrear. Era como se tivesse sido preparada para ela.
Conhecemos várias das imagens que então lá se encontravam, mas não conhecemos as que a Alexandrina menciona. Colocamos aqui a da padroeira, na sua versão antiga, em pose de lutadora; ultimamente, foi pintada e ficou irreconhecível.

O cântico mariano

Procuramos na Internet o cântico cujo primeiro verso é citado. A quadra inicial é esta:

Virgem pura, tua ternura
É de alívio ao meu penar.
Noite dia, de Maria
a beleza hei-de cantar (2x).

É uma quadra bonita, elogiosa da Mãe de Deus, e que envia já para o penar, para o sofrimento. Ainda a ouvimos cantar há muitos anos.
Encontrámos outras quadras do cântico, mas a sua fixação por escrito não parece muito fiável. Ainda assim deixamos aqui algumas:

Foi criada Imaculada
Sem pecado e maldição;
Foi querida, revestida
de mil graças de bênção.

É donzela toda bela
A mais santa em seu primor,
Desde a hora em que ela
Fora concebida (?) ao Criador.

Aos errantes navegantes
Ela acode no alto mar;
Pecadores nos terrores,
Ela ensina-os a esperar.

Do Menino Seu Divino
Toda graça Ela nos dá.
Mãe piedosa, carinhosa
Sempre olhando nos está.

Aos pedidos dos queridos,
Abre o terno coração.
Ao gemido do afligido,
Ela é toda compaixão.

Quando a lida desta vida
For connosco terminar,
Mãe piedosa, poderosa,
Vem Teus filhos amparar.

Não conhecemos nenhuma antologia de cânticos de uso litúrgico; há-os muito bonitos.

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