sexta-feira, 15 de julho de 2011

Recepção à Imagem Peregrina de Nossa Senhora da Fátima, na Póvoa de Varzim, nos começos de Setembro de 1951

Em 25 de Maio colocámos aqui um texto do P.e Leopoldino sobre a passagem da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima nas Fontainhas. Ele falava entusiasmado do acontecimento. Mas a passagem nas Fontainhas teve pouca comparação com o que se viveu na Póvoa de Varzim. O texto que se transcreve é de uma acta camarária. Há uma palavra que não conseguimos decifrar.

O Sr. Presidente disse que, como consta de actas anteriores, foi a Póvoa visitada, em dois e três do corrente, pela Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, acompanhada de grande embaixada, presidida pelo Sr. Arcebispo Primaz, que, à entrada do concelho, foi recebida pelas autoridades concelhias, civis, militares e eclesiásticas, e numeroso público da vila e concelho, passando em triunfo pelas freguesias de Estela, Navais e Amorim, e entrando na Póvoa, em verdadeira apoteose, na noite do primeiro dia; que, depois, seguiu em procissão através da vila, acompanhada de um mar de gente e velas, estacionando em frente dos Paços do Concelho, donde o Sr. Presidente Silveira Campos pronunciou uma sentida alocução piedosa de saudação vibrante e consagração religiosa; que, na manhã do dia seguinte, se efectuara a majestosa procissão, da Matriz ao Passeio Alegre, com visita à Cadeia e ao Hospital, celebrando-se frente ao mar actos tocantes de     , cânticos, bênção a doentes e bênção geral do Santíssimo perante multidão a perder de vista, composta dos habitantes do concelho, de banhistas e de inúmeras pessoas que acorreram nessa ocasião à Póvoa, actos que profundamente calaram nos ânimos e nos corações de todos quantos tomaram neles parte; que, ao fim da tarde, houve a maior manifestação de fé ardente e piedade vivida que jamais se presenciou entre muros da Póvoa, com a procissão de despedida, desde a Capela de S. José ao limite sul da vila e concelho, em que se incorporaram autoridades, confrarias e imensa avalancha de público de todas as categorias, em hossanas, em loas, em “adeuses”, “vivas”, acenos de lenços, na mais alta demonstração de quanto a Virgem è acarinhada, venerada, querida; que o momento último da despedida foi então de surpreendente arroubo, sobre-humano enleio; que a Póvoa viveu, nesses dias, uma vida quase extraterrena, como só na Cova da Iria, lá em Fátima, se pode sentir, e que a Câmara e o concelho estão de parabéns por tudo isto, impossível de descrever.
No Solo Per Amore, a D. Eugénia tem uma nota em que se fala da Imagem Peregrina de Fátima a propósito duma visão da Alexandrina de 1942. Ditou ela:

Na manhãzinha de 13 Dezembro, não foi sonho, penso não ser ilusão, oh, não!
Eu vi a Mãezinha de Fátima elevada não sei em quê a grande altura.
À volta dela, um universo de gente. Ela a todos fitava meigamente.
Fiquei fora de mim: pareceu-me ser transportada para outra região.

Agora a nota:

A propósito da “Peregrinatio Mariae” em Itália, o P.e Mário Mason, jesuíta, que participou pessoalmente na organização, deixou dela uma narração. Eis alguns extractos dela:
Em 1942 vi como num sonho a imagem de Nossa Senhora que passava por todos os países, como missionária, ficando por dois ou três dias, segundo a importância dos centros.
De Maio de 1947 a Outubro de 1949, em Milão e diocese foi acolhida como se fosse viva, como Mãe e Rainha. Todas as dificuldades da organização eram vencidas como por encanto.... e aumentava o afluxo dos fiéis. O próprio santo cardeal Schuster, comovido, dizia: «Aqui está a mão de Deus!»
Esta iniciativa passou de Milão a toda a Itália. Para preparar os ânimos para o acto solene da consagração da Itália a Maria Santíssima, feita na Catânia em 13 de Setembro de 1959 pelo Papa João XXIII, propôs ao Comité Nacional Mariano que a imagem de Nossa Senhora de Fátima passasse por todas as dioceses da Itália, de helicóptero, durante bem 150 dias, sem interrupção: foi como um Rosário vivo da Virgem Santíssima no meio dos seus filhos. Em competição com manifestações de amor e de profunda piedade todas as regiões. (...) As cenas sugestivas de acolhimento, as contínuas peregrinações e as vigílias em todas as pede transformavam as cidades em outros tantos santuários. (...) Isto fez-me viver aqueles 150 dias consecutivos como numa visão antecipada do Paraíso. (...)
Como recordação daquele itinerário surgirá o Templo Nacional de Maria, Mãe e Rainha, no monte Grisa, em Trieste, para unir e proteger todos os povos da Europa e do mundo (...).
Muitos foram “tocados”. Recordámos que S. P.e Pio, debruçado da janela da sua cela para olhar no céu a imagem que de lá se ia, angustiado, pedia a cura... e foi curado!

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