Este milagre, de 1838, é um milagre de
emigrante. Uma senhora poveira, de nome Maria Margarida, viúva, tinha um filho
no Brasil desde há muito e poucas notícias lhe chegavam. Depois de orar, «com
muitas lágrimas», na presença da Cruz, o filho «lhe apareceu à porta sem ser
esperado».
Diz a cartela:
“Milagre que fez Nosso Senhor por
intercessão de sua Santíssima Cruz Aparecida a Margarida, viúva, da Póvoa de
Varzim, que tendo um filho nas terras do Brasil há 13 anos, com poucas notícias
dele, recorreu ao dito Senhor, na presença da dita Cruz, com muitas lágrimas, e
ele lhe apareceu à porta sem ser esperado. 1838 anos”.
A pintura é a mais original de todos os
cinco milagres. Desde logo porque a Cruz está desenhada no chão, como apareceu,
junto a uma mulher em oração. Além da cruz, vê-se uma grande nuvem de tons
brancos, que parece evocar a que guiava o povo hebreu na caminhada no deserto.
Dela, um Olho de Deus, inscrito num triângulo isósceles, representando a
Trindade Divina, como que reflecte para a mulher a força que sai da cruz
através dum feixe luminoso ligeiramente colorido. Ou então a força da oração da
mulher é que é significada nos raios que dela se dirigem para Deus, que torna a
cruz capaz de operar o milagre.
A senhora, que, como a Maria Margarida, de
Fão, aparenta ser de algumas posses, tem a cabeça descoberta.
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