Numa casa particular de Balasar
conserva-se um álbum com fotografias das décadas de 1870 e 1880. Não é contudo
um álbum particularmente balasarense, rural: não está lá a jovem lavradeira, o
carro de bois, a casa agrícola, as actividades da lavoura. Ao contrário,
trata-se de retratos quase sempre individuais e de estúdio, de meio urbano, talvez
daqueles balasarenses que, singrando, deixaram para trás o ambiente em que se
criaram.
Há nele também uma forte componente da
emigração para o Brasil; lembra os tempos do realismo e de Eça de Queirós em particular.
Mas paga a pena ver como vestiam as
mulheres e os homens e como eles cuidavam do seu cabelo e barba.
As duas senhoras ao cimo devem ser lisboetas, talvez idas de Balasar com maridos brasileiros (que enormes vestidos!)
A terceira, essa estaria mais presa à terra natal, mesmo aparentando ar mais moderno.
O primeiro rapaz poderia ser então estudante do secundário: apostou no cabelo enquanto aguardava a barba.
O segundo, que deve figurar também na fotografia seguinte, parece ter-se dado ao comércio (reparar nos cabelos e arranjo da barba).
Por fim, um padre que presumimos que era natural de Balasar e se deu ao ensino primário.
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