Um
crucifixo da Alexandrina
Há cerca de uns 15 dias, durante a
noite, um crucifixo que tenho pendurado no muro na parede ao lado apareceu-me
na cama ao pé de mim: fiquei maravilhada, mas foi coisa dum momento, que depois
esqueci; não disse nada sobre isso.
Desde há anos costumava ter ao meu lado
e sobretudo de noite entre os meus braços um crucifixo. Tendo recebido um de
presente (do P.e Pinho), fiz retirar
o que tinha e fiquei com o novo comigo.
Alguns meses depois, dei-o eu e pedi
para me devolverem o que tinha mandado retirar. Esqueceram-se de mo dar e eu
fiquei sem ele alguns dias, não por meu esquecimento, mas para não importunar
os meus.
Foi neste período que apareceu ao meu
lado o crucifixo que estava pendurado na parece.
Na noite de segunda para terça, o
crucifixo da parede reapareceu-me sobre o peito, entre os braços, sob as
mantas, como se fosse posto ali. Fiquei impressionada: parecia-me sonhar. Falei
disso com toda a naturalidade, mas sem fazer menção nos escritos. Fui depois
obrigada (pelo Dr. Azevedo) a
descrever o acontecido e, para maior tormento, a pedir a Jesus o significado.
Fá-lo-ei com verdadeira repugnância: é a minha cruz. Jesus me perdoe: eis a
minha virtude: quanto estou longe da perfeição! (…)
- Ó Jesus, aceita o meu sacrifício: queira-o
ou não, devo obedecer e perguntar-Te o significado da vinda da tua imagem
crucificada sobre o meu peito.
Jesus sorriu docemente…
- Quero que me fales sem temor e com
toda a simplicidade… O motivo que Me levou a desprender-me do muro e a vir a ti
é muito simples: o crucifixo deve estar sempre unido à crucificada.
Sentimentos
da Alma,
16/6/1950
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