Pelos
escritos da Alexandrina, sabemos que ela rezava com alguma frequência o Magnificat. Dum livrinho de 1914,
intitulado Ofício de Nossa Senhora,
que pertenceu à Deolinda e que se encontra na Casa do Calvário, recolhemos a
versão portuguesa desta oração, que era certamente a que ela utilizava.
Magnificat
ou
Cântico de Nossa Senhora
A minha alma engrandece ao Senhor
E o meu espírito exultou em Deus,
meu Salvador.
Porque pôs os olhos na humildade da
sua serva, por isso desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada.
Porque me fez grandes coisas o
Todo-Poderoso, e santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração
em geração sobre os que O temem.
Ele empregou a força do seu braço,
dissipou os que eram soberbos no fundo do seu coração.
Derribou os poderosos de seus tronos
e exaltou os humildes.
Encheu de bens os famintos e fez
pobres os que eram ricos.
Recebeu a Israel, seu servo,
lembrando-se da sua misericórdia,
Assim como prometeu a nossos pais, a
Abraão e à sua posteridade para sempre.
Glória ao Pai, etc.
A Igreja chama a Nossa Senhora “sede da sabedoria”.
O Magnificat validará essa afirmação?
É uma oração muito bela. Aquela jovem de Nazaré, pouco
antes, no momento da Anunciação, tinha-se assumido como “a escrava do Senhor”.
Isto é, entregava-Lhe toda a sua vida.
O Magnificat é um canto de gratidão,
composto de duas partes: a primeira é pessoal – “porque me fez grandes coisas o
Todo-Poderoso”; a segunda diz respeito a todos "os que O temem ”.
Nos dois casos, a confiança ilimitada em Deus leva a autora a olhar para
o futuro:
“Todas as gerações me chamarão
bem-aventurada”.
“A sua misericórdia se estende de
geração em geração sobre os que O temem”.
O poema é um
canto exaltante de gratidão, de confiança, de intimidade com Deus, de sabedoria
cristã.
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