domingo, 14 de setembro de 2014

DA IGREJA DO MATINHO À IGREJA NOVA (11)

A comissão

Ao contrário do que aconteceu em Beiriz, da construção da Igreja de Balasar chegou até à actualidade, na freguesia, pouca informação. Sobre a comissão encarregada das obas, o Pe. Leopoldino só identifica o nome do tesoureiro, o abastado irmão do pároco, José Fernandes de Sousa Campos. Mas há um nome que merecia ser registado, o do vereador municipal Manuel Joaquim de Almeida. Ter-se-ão proposto três localizações para a igreja e a escolhida terá sido a que ele sugeriu.
 Na edição de 19 de Maio de 1907, a Estrela Povoense informa que “na Póvoa não se vêem obras de algum valor, nas aldeias mormente em Balasar e Navais e no seu lugar de Aguçadoura, gastam-se rios de dinheiro em alguns melhoramentos de muito duvidoso interesse”[1]. Manuel Joaquim de Almeida é que geria as verbas camarárias que se gastavam em Balasar.
E num artigo de jornal de muito mais tarde o seu autor vai escrever:

Ao passar na Igreja Paroquial, que me traz sempre à memória o nome de Manuel Joaquim de Almeida, seu principal impulsor, assim como de outros melhoramentos locais, ouvi o toque de uma orquestra.

A criação da comissão foi decisão excelente pois tirou a gestão do dinheiro e das obras às rivalidades partidárias de renovadores e progressistas que deviam dividir a freguesia.
Quem lê as actas da junta[2], percebe que em 1908 houve mudança de maioria[3].



[1] Citado de SOUTO, Manuel Fernando Faria Souto, “O Abade de Nabais e Rocha Peixoto”, Boletim Cultural Póvoa de Varzim, vol. 44, 2010, página 138.
[2] Possuímos, em fotografia, um conjunto destas actas, seleccionadas com base no critério do tema da Capela da Santa Cruz e do da construção da igreja.
[3] Nas actas da câmara escandaliza a frequência das queixas de balasarenses contra balasarenses que iam ter à autarquia, mesmo durante o período em que decorreram as obras da igreja. Queixam-se o professor primário Joaquim Alves de Sousa, o médico-cirurgião João Gonçalves da Costa, o Luís Lopes….etc., etc. Embora já em Fevereiro de 1910, até a catequista da Alexandrina, Josefa Alves de Sousa, levou uma queixa à câmara.

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