quinta-feira, 4 de setembro de 2014

DA IGREJA DO MATINHO À IGREJA NOVA (1)

Ultimamente o nosso estudo e a nossa reflexão permitiram-nos alargar o conhecimento sobre as igrejas paroquiais do Matinho e a da Cruz; vamos por isso actualizar aqui a informação que possuímos sobre elas.

Ao longo dos tempos sucederam-se em Balasar várias igrejas paroquiais: a que foi construída na vila de Lousadelo, de que nada se sabe, a de Gresufes, de pouco mais se conhece que a sua localização, a do Matinho e a actual.

1.     A Igreja Paroquial do Matinho

A Igreja Paroquial do Matinho devia vir do século XII: em 1220 já existia e não parece que fosse construção recente. A deslocação da igreja do Lousadelo para lá deve ter tido a ver com a doação deste lugar ao Mosteiro de Landim[1].

Até ao séc. XVIII

Não é muito de crer que uma igreja que podia vir talvez do tempo do Conde D. Henrique não tivesse precisado de ampliação antes do séc. XVIII, com a agravante de ter havido a anexação de Gresufes a Balasar. Talvez tenha sido ampliada no séc. XVI, mas nenhum documento que conhecemos o testemunha. Talvez o Tombo da Comenda de 1608 pudesse fornecer algum esclarecimento a este respeito.
Segundo a memória de 1736, era de três naves, que poderiam resultar duma reconstrução maneirista. Tinha então os altares do SS. Sacramento, o de Nossa Senhora das Candeias, o de Santo António, o de Santo Antão Abade e o de Nosso Senhor Jesus Cristo, com as irmandades de Santo Antão Abade e das Almas. 
A igreja do Matinho ficava por trás deste portão do Cemitério de Balasar.


Reconstrução setecentista

Entre 1736 e a memória paroquial seguinte, de 1758, a Igreja do Matinho sofreu alterações estruturais sobre que não possuímos informações claras.
A autorização para a bênção da capela-mor reconstruída remonta a de Março de 1738. Parece que a reconstrução do corpo da igreja terá sido posterior.
Os assentos de óbito fornecem por vezes indicações interessantes sobre esta igreja. Fica-se a saber por um deles que havia sobre a porta principal um alpendre ou cabido, como então se dizia (também havia cabido sobre a porta travessa do norte), que a Capela de Nosso Senhor Jesus Cristo tinha a imagem do Santo Cristo Crucificado e ficava voltada ao norte, que também a norte, no exterior, havia uma cruz da via-sacra (deveriam ser três), que ficava igualmente a norte, no interior, a escada para acesso ao coro, que do lado sul havia uma “fresta grande”, que junto à porta travessa do norte havia “uma pedra grande que serve de campa”, que a pia baptismal ficava da parte do sul, que havia pelo menos um púlpito do lado sul, que uma das duas sacristia era a “sacristia dos ornamentos da fábrica” (as sacristias eram duas e ficavam do lado norte), que como a cozinha da residência ficava voltada para o adro se sepultavam cadáveres frente à janela desta divisão da casa paroquial, etc.
Supomos que os retábulos dos diversos altares possuiriam talha.
Um livro que devia ter informação variada e interessante sobre ela era o dos capítulos das visitas, mas não se conserva.




[1] Se o Lousadelo fosse antes pertença provável dos Cavaleiros do Outeiro Maior, então teriam sido eles quem promoveu a construção da igreja. A constru: desta vez poderão ter sido os Correias de Fralães. 

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