Este blogue está ao serviço da Beata
Alexandrina. Em consequência disso deve também estudar e divulgar a Santa Cruz.
O que vamos escrever a seguir, como outras mensagens que já aqui colocámos e
que falam do tempo de Custódio José da Costa, têm relação com os anos que se
seguiram à aparição da Santa Cruz e ajudam a perceber o contexto da sua atribulada
divulgação inicial.
Em Agosto de 1842, havia um desertor
balasarense que degenerara em bandido, era o Luís Saramago. Os desertores como
ele queriam evitar o serviço militar e quando chegava a hora de serem chamados
fugiam para os montes, para terras distantes ou até embarcavam, se pudessem,
para o Brasil. A tropa não tinha boa fama. Além disso, eram principalmente os
muito pobres que eram convocados.
O Luís parece ter refinado no banditismo:
pelo menos é o que se deduz desta mensagem que o administrador da Póvoa
enviou ao seu colega de Vila do Conde em 29 de Agosto:
Tendo agora a notícia de que o desertor
de Balasar Luís, por apelido o Saramago, que tanto trabalho tem dado, tendo
esperado nas estradas deste concelho, achava-se ontem próximo, à noite, na
Estalagem do Galego, do Casal de Pedro, e também me consta que frequenta a de
Joaquim Pito e outras mais tabernas daquele lugar, rogava a V. Senhoria se
dignasse mandar ordem imediatamente ao Regedor daquela freguesia a fim de ver
se o captura, ao que V. Senhoria fará um serviço muito grande aos povos do seu
Concelho.
Os sinais são os seguintes: altura
regular, cor pálida, cabelos castanhos, barba cerrada com passa-perolhos (?).
Este Saramago era perigoso! Em breve
deve ter sido apanhado.
A Estalagem do Galego, do Casal de
Pedro, deve ser a que depois, em virtude duma novela de Camilo, ficou conhecida
como Estalagem das Pulgas.
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