Em 1839, o regedor de Balasar expôs ao administrador
do concelho um rol de necessidades que se verificavam na paróquia. Não se vê
bem porque é que isso devia passar pelo administrador e, ainda mais, pelo administrador geral do distrito.
A redacção da exposição é bastante deficiente.
Paroquiava Balasar ainda o P.e Domingos
José de Abreu e era administrador António José dos Santos, de Vila Nova.
A igreja estava mal, mas as obras não se
devem ter realizado.
Ilustríssimo Sr. Administrador do
Concelho da Póvoa de Varzim
(para constar ao Ilustríssimo Sr.
Administrador Geral do Distrito)
Ilustríssimo Senhor
Por ordem que recebi de 26 de Janeiro
deste corrente ano para fazer o orçamento da receita e da despesa que pertence
pagar aos paroquianos neste corrente ano, é de maior e de mais extrema
necessidade o seguinte:
Em primeiro lugar têm obrigação os paroquianos
de pagar a cera que é para administrar os sacramentos aos enfermos e a que
gasta cada um quando falece e mais funções da igreja, que costuma regular em
cada ano, uns por outros, de cinco até sete mil réis pouco mais ou menos.
E também é da maior necessidade rebocar
os telhados da igreja, porque chove muito nas madeiras e dentro nela, e compor
o solho, que está todo podre, que já o ano passado se quis lançar e se louvou
por um trolha e um carpinteiro, que dizem que são precisos seis ou sete sacas
de cal e doze centos (?) de telhas novas
e telheiras para o cume e de mais ou menos doze mil réis para compor o solho,
pelo maior, e pregadura, mãos e madeiras ao menos seis mil réis, que isto é da
maior necessidade.
E mais são obrigados por não haver
rendimentos na paróquia a pagar ao secretário e tesoureiro, que sempre se lhe
tem julgado ao secretário pelo seu trabalho mil réis por mês e ao tesoureiro
trezentos réis por mês.
E são estas as despesas que de
necessidade se devem pagar neste corrente anos por serem as de mais necessidade.
É o que posso informar a V. Senhoria.
Deus guarde V. Senhoria.
Balasar, 27 de Fevereiro de 1839.
Do Regedor de Balasar
José da Costa Reis
Sem comentários:
Enviar um comentário