sexta-feira, 19 de abril de 2013

A IGREJA PAROQUIAL DE BALASAR (6)


Em 1839, o regedor de Balasar expôs ao administrador do concelho um rol de necessidades que se verificavam na paróquia. Não se vê bem porque é que isso devia passar pelo administrador e, ainda mais, pelo administrador geral do distrito.
A redacção da exposição é bastante deficiente.
Paroquiava Balasar ainda o P.e Domingos José de Abreu e era administrador António José dos Santos, de Vila Nova.
A igreja estava mal, mas as obras não se devem ter realizado.

Ilustríssimo Sr. Administrador do Concelho da Póvoa de Varzim
(para constar ao Ilustríssimo Sr. Administrador Geral do Distrito)

Ilustríssimo Senhor
Por ordem que recebi de 26 de Janeiro deste corrente ano para fazer o orçamento da receita e da despesa que pertence pagar aos paroquianos neste corrente ano, é de maior e de mais extrema necessidade o seguinte:
Em primeiro lugar têm obrigação os paroquianos de pagar a cera que é para administrar os sacramentos aos enfermos e a que gasta cada um quando falece e mais funções da igreja, que costuma regular em cada ano, uns por outros, de cinco até sete mil réis pouco mais ou menos.
E também é da maior necessidade rebocar os telhados da igreja, porque chove muito nas madeiras e dentro nela, e compor o solho, que está todo podre, que já o ano passado se quis lançar e se louvou por um trolha e um carpinteiro, que dizem que são precisos seis ou sete sacas de cal e doze centos (?) de telhas novas e telheiras para o cume e de mais ou menos doze mil réis para compor o solho, pelo maior, e pregadura, mãos e madeiras ao menos seis mil réis, que isto é da maior necessidade.
E mais são obrigados por não haver rendimentos na paróquia a pagar ao secretário e tesoureiro, que sempre se lhe tem julgado ao secretário pelo seu trabalho mil réis por mês e ao tesoureiro trezentos réis por mês.
E são estas as despesas que de necessidade se devem pagar neste corrente anos por serem as de mais necessidade.
É o que posso informar a V. Senhoria.
Deus guarde V. Senhoria.

Balasar, 27 de Fevereiro de 1839.
Do Regedor de Balasar
José da Costa Reis

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