Já vimos, mas não lemos, alguns cartazes a anunciar as celebrações comemorativas do 9º aniversário da beatificação da Alexandrina. Presumimos que não difiram muito dos dos anos anteriores. Mas sabemos que vai ser publicado um opúsculo, sem dúvida interessante.
Colocamos a seguir as elogiosíssimas palavras que Jesus dirigiu à Beata Alexandrina em 16 de Fevereiro de 1945 e algumas que ela com Ele trocou. Deve-se reparar no carácter poético e também profético da linguagem de Jesus:
- Minha filha, loucura de amor pelas almas, loucura de amor por Mim: és louca pelas almas à minha semelhança. Assemelhei o teu calvário ao meu.
A tua vida é vida de Cristo: vive Cristo transformado em ti.
Sobes o calvário, porque não posso subi-lo Eu agora. Levas a cruz, porque não posso levá-la Eu também. És o cordeirinho sacrificado e imolado, dás a vida na maior das agonias, porque agora não posso Eu sofrer assim. É revestida de Mim que sofres, é comigo que levas a cruz, é comigo que nela expirarás.
Por um grande intervalo de tempo, vi Jesus com a cruz aos ombros. Não O senti, vi-O. Mas eu era Jesus e era a cruz. Que cruz tão grande! E Jesus tão curvado debaixo dela; o Seu santíssimo rosto quase chegava ao chão.
- Minha filha, assim me obrigam os pecados do mundo, assim me obriga o meu amor às almas. São os crimes, é o amor a causa de caminhar quase de rosto em terra.
Sofre, minha amada querida, sofre à minha semelhança, és vítima escolhida por Mim.
Minha filha, fonte de salvação, fonte de toda a humanidade, és fonte que não seca, és água que sacia todo o mundo: todo em ti pode beber, todos nesta água se podem purificar.
Minha filha, língua de louvor. Pela tua língua sagrada toda a terra Me louvará até ao fim do mundo. E já no Céu os anjos e santos Me louvam ao verem o teu sofrimento e a glória que Me dás.
Minha filha, coração de fogo de amor, fogo que se estenderá e abrasará milhares e milhares de corações!
Minha filha, corpo de pureza, pureza angélica, assaltada sempre e sempre guardada no meio dos mais agudos e penetrantes espinhos: o teu corpo de pureza, adornado de todas as virtudes, as mais ricas e preciosas, estende as suas pétalas de lírio com toda a sua alvura e perfume. Crescem açucenas tenras e viçosas, abrem as suas pétalas e com a aragem que passa estendem ao longe o seu perfume, vicejam em prado mimoso. Fazem sombra ao mundo que te confiei. Ditosos todos aqueles que estão à sua sombra, ao teu abrigo se colocaram.
Causa espanto a tua vida, as minhas maravilhas em ti. Não há igual, porque igual não há ao teu sofrimento.Tu partes para o Céu. Coragem, ele aproxima-se! Tantos te verão partir com amor e saudade e quantos com remorso e dor por terem sido causa do teu martírio, por terem servido de estorvo à minha divina causa, por tentarem encobrir ao mundo as minhas maravilhas em ti!
Rastejam pela terra, não olham ao alto, não compreendem, nem procuram compreender a minha vida divina, apesar de Eu em todos os caminhos lhes pôr um guia e uma luz. Fecham os olhos, deixam os guias, seguem caminhos errados.
Que mágoa para o meu divino coração e que mal para as almas! Dou todas as graças, dou todo o remédio para as salvar, e tudo é desprezado, não olham à minha dor nem à minha divina vontade.
- Meu Jesus, não estejais triste, dai-me a Vossa tristeza, dai-me toda a dor do Vosso divino Coração! Não posso consentir no Vosso sofrimento. Conheço a loucura do Vosso amor pelas almas; aqui me tendes pronta a sofrer por elas, a dar a vida por elas.
Ficais assim consolado, meu Jesus? Deixai os homens ferir o meu coração para assim Vos poder salvar mais almas. Mas não consintais que o Vosso seja ferido.
- Não, não, minha filha, não, não, minha amada, não posso consentir que esta cegueira se prolongue. A luz vai brilhar, a minha divina causa triunfa estrondosa e brilhante. É necessário, é urgente, as almas necessitam de conhecer as minhas maravilhas e de aprender em ti a amarem o meu divino coração, a amarem tudo o que é meu, amarem a dor e a cruz que lhes dou.
Filhinha, filhinha, dor e amor sem igual, descansa em meu coração como Eu descansei no teu. Descansou o Rei no seu trono, no palácio da sua Alexandrina. Descansa a rainha no trono do seu Rei, no palácio do seu Jesus.
Jesus abriu-me o Seu divino Coração, eu entrei e inclinei-me a Ele, nele descansei. O meu Jesus cobriu-me de beijos e carícias e apertou-me com tanta força e com tanto amor que me parecia perder-me nesse amor e nesse amor morrer.
Ai, que dita a minha morrer de amor e dentro do Coração do meu amado Jesus! Como será a morte que me dá a vida eterna?
Ó meu Jesus, fazei que seja de amor, só de amor!
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