terça-feira, 2 de julho de 2013

Poesia do reitor que baptizou os pais da Beata Alexandrina (2)

Mais um pouco da poesia do P.e António Martins de Faria, poesia mariana.

Coração de Maria

Coração de Maria imaculado
De quem, por mais que diga, nada digo,
Contra a fúria do vício e do pecado,
Tu és o meu amparo, o meu abrigo.

Além de cireneu na grande lida
Deste duro levar da minha cruz,
Tu és, na noite escura desta vida,
Meu farol, minha estrela, a minha luz.

Neste desterro, neste vale de dores,
Que os seios rasgam tão doridos de alma,
Tu és o vaso de mimosas flores
Cujo perfume minhas dores acalma.

Tu és ainda neste mar cavado
Minha âncora, o meu leme, o barco meu;
É nele salvo, espero confiado,
Que ao reino, um dia, chegarei do Céu.


Petição

No Sameiro

Virgem Santa – Imaculada –
Senhora da Conceição,
Que sois com toda a razão
Hoje aqui festejada –

Por essa graça, Senhora,
A maior que Deus Vos deu,
Uma graça também eu
Vos venho pedir agora.

A graça da boa sorte,
A sorte grande, sem par,
A graça dum vosso olhar
Na hora da minha morte.


Esperança

Quando me lembra, Senhora,
Que não só sois minha Mãe,
Mas, além disso, também
A minha Co-Redentora,
Sinto em mim tal esperança
Que, apesar dos crimes meus,
Um dia ver-Vos nos Céus
Espero com segurança.

É que não sei nem conheço
Mãe alguma que não queira
Sempre, sempre à sua beira
O filho embora travesso.
E Vós, que sois por natura
Das mães a grande Princesa,
Não deixareis com certeza
De me dar essa ventura.


Mater Purissima
(Mãe Puríssima)

Ladainha

Se à Virgem, Mãe da Pureza,
Querem dar provas de amor,
Dê-lhe o céu o seu fulgor
E a terra sua beleza.

Dê-lhe o sol seus arrebóis
E as suas per’las o mar;
Dê-lhe a lua o seu luar
E o seu canto os rouxinóis.

Dê-lhe a fonte os seus cristais
E as suas flor’s o vergel;
Dê-lhe a colmeia seu mel
E seu perfume os rosais.

Dê-lhe o poeta canções;
Dê-lhe quadros o pintor;
E vós, almas do Senhor,

Dai-lhe os vossos… Corações.

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