terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Há 100 anos


Há 100 anos a pequena Alexandrina já residia no Calvário e faria 9 anos no fim de Março.
Como seria o lugar nesse tempo?
A casa dela era muito mais pequena, só com aquela divisão onde está a sala, mais um quarto para nascente e o correspondente rés-do-chão, onde ficava a cozinha. Como saía de lá o fumo não é fácil de perceber.
Aparentemente, a rua que corre em frente já tinha a largura de hoje, mas o seu piso era rude, com as esquinas agudas do xisto a cortar que nem lâminas.
Os moradores do Calvário seriam lá para metade dos de hoje, talvez mais, que as famílias eram grandes. Conhecem-se alguns deles, como o tasqueiro e vizinho Lino Ferreira e o Manuel Joaquim de Almeida, frente ao adro e ao “mosteiro”, a casinha das esmolas da Confraria do Senhor da Cruz. Perto, havia um artista ferreiro, capaz de fazer trabalhos muito apreciados. Na Casa da Ponte devia residir gente abastada.
A igreja era novíssima, mas ainda não teria a talha: seria um grande salão um pouco despido.
O pároco residia com certeza em casa da família, no Lousadelo.
Para a Alexandrina era o seu tempo de maria-rapaz sadia, de correrias e alegria. Trabalhava? Certamente. Muitas vezes, fá-lo-ia ainda na Gresufes da sua tenra infância, em casa dos avós.

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