Jesus, falando da relação da Santa Cruz com a Alexandrina, declarou Balasar “privilegiada freguesia” (“quase um século era passado que eu mandei a esta privilegiada freguesia a cruz para sinal da tua crucifixão”) e “terra amada”.
Será possível encontrar algum sentido de particular privilégio em Balasar ainda antes da aparição da Santa Cruz?
Originalmente, na área desta paróquia havia duas freguesias: S. Salvador de Gresufes e Santa Eulália de Balasar. Como, segundo as memórias paroquiais, na igreja do Matinho (paroquial desde o séc. XVI), entre os cinco altares existentes, um era dedicado a Nosso Senhor Jesus Cristo (1736) ou ao Senhor Crucificado (1758), pensamos que com ele se guardava memória do padroeiro da extinta Gresufes.
Ao nicho do Senhor dos Aflitos, em Vila Pouca, terá sido atribuída idêntica função.
Até à anexação definitiva de Gresufes, a igreja paroquial de Balasar ficava no Casal; depois, despromovida esta igreja a capela, venerou-se nela Nossa Senhora da Piedade, que é a Mãe de Deus com o Filho morto sobre o colo.
Sendo assim, pode-se dizer que a aparição da Santa Cruz e a sua devoção foram longamente preparadas em Balasar e isso enquadrar-se-ia já no plano de privilégio atribuído à freguesia.
A aparição da Santa Cruz é um facto relevantíssimo. Não importa se outras alegadas aparições da mesma Cruz são mais fruto de lenda que de realidade: no caso de Balasar, a aparição está muito bem documentada.
Mas que o próprio Jesus tenha associado esta aparição à Alexandrina, isso eleva à maior altura a importância que o fenómeno já merecia e faz de Balasar uma “privilegiada freguesia”.
Na imagem: Nosssa Senhora da Piedade que se venerou no Casal.
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