Esta fotografia data de 1935 e foi tirada pelo Pe. Mariano Pinho, que dirigia a Alexandrina desde 1933. Sabe-se que foi tirada por ele porque se sabe que alguém pretendeu ver no acto menos rectas intenções…
Uma fotografia era então coisa rara nos meios rurais, mas o Pe. Pinho precisava duma máquina para obter as ilustrações para as revistas que dirigia ou para a Cruzada, que fundara.
Ao tempo, padecia a família uma penúria extrema, não detectável na imagem. De facto, aquelas almofadas hão-de ser de empréstimo; também há-de ser de ocasião a cortina que se nota à direita, pois a Deolinda era costureira. A Alexandrina passava então frio e fome sob a pressão da dívida contraída pela mãe.
É possível que a fotografia já tenha sido tirada no quarto.
Desta vez já não tem flores na mão, mas o crucifixo de alma-vítima; no rosto porém abre-se-lhe um sorriso, o célebre e forçado sorriso que Jesus lhe pedia.
Até 1941, manter-se-á na cama cuja cabeceira aqui se vê; será depois substituída, embora se mantenha ainda na casa.
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