Estas quadras não são da Beata Alexandrina, mas são tão cheias de sabedoria cristã que merecem figurar aqui.
Tu chamas amor-perfeito
Às coisas que a terra cria;
Amor-perfeito há só um,
Filho da Virgem Maria.
No ventre da Virgem Mãe
Encarnou divina graça;
Entrou e saiu por ela
Como o sol pela vidraça.
Sou cigana do Egipto
O meu ofício é furtar.
Hei-de furtar Deus Menino
Prà minha alma se salvar.
Tu dizes que não há Deus,
Afirmas que nunca O viste.
Inda não foste ao Brasil
E bem sabes que ele existe.
Amar e saber amar,
Amar e saber a quem:
Amar a Nossa Senhora,
Não amar a mais ninguém.
Quem quiser amar a Deus
Não diga que não tem tempo:
Pode andar no seu trabalho
Com Jesus no pensamento.
Se este mundo for ao fundo,
Cheio das ondas do mar,
Inda fica o Outro Mundo
Que a gente ganha a rezar.
Já pedi a morte a Deus
Que disse que não ma dava,
Que pedisse a salvação
Pois que a morte certa estava.
Peço a Deus, mas não me atrevo,
Quero pedir, fico mudo:
Me pague o que a Ele eu devo,
Me troque nada por tudo.
Tudo o que for verde seca,
Vindo o rigor do Verão;
Tudo no mundo se acaba,
Só a graça de Deus não.
Ó Rosa, já hoje em dia
Quem mais faz menos merece!
É a terra que nos cria,
Deus do Céu quem nos conhece.
A Comenda de Balasar
No séc. XVI, a paróquia de Balasar foi entregue à Ordem de Cristo e sobre os seus réditos constituída uma Comenda. Esta situação prejudicou imenso a Igreja que, no séc. XVIII, entrou em ruína, sendo o Comendador obrigado judicialmente a reconstruí-la, bem como a fazer uma residência nova para o pároco. Situava-se esta igreja no lugar do Matinho onde hoje está o cemitério”; a reconstrução da igreja foi-lhe imposta pela “Mesa da Consciência”.
A Comenda fez dois tombos, um em 1608 e outro cerca de 1830; o segundo encontra-se em linha. Veja aqui.
Também estão em linha as Memórias Paroquiais de 1758.
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