quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Fotografias tiradas na Trofa (1941)

Em Julho de 1941, a Alexandrina foi a consulta ao Porto, ao Dr. Gomes de Araújo. Levou-a o industrial trofense Sr. Sampaio, amigo da casa e do Dr. Azevedo.
Na Autobiografia, ela conta a viagem; veja-se o que se passou na Trofa:

Era já dia claro quando parámos em casa do senhor que nos acompanhava, na Trofa. Era aí que eu ia descansar e receber o meu Jesus, esperando pela hora de seguir para o Porto. Antes de continuar a minha viagem, levaram-me ao jardim do Sr. Sampaio. Amparada e sob a mesma acção divina, fui até junto de umas florinhas, que colhi, dizendo:
Quando Nosso Senhor criou estas florinhas, já sabia que hoje as vinha aqui colher.
Depois, fui fotografada em dois lugares escolhidos. Desloquei-me de um lugar para o outro por meu pé, o que nunca pude fazer depois que acamei, pois nem sequer podia voltar-me de lado, na cama. Só um milagre divino, porque sem ele não me mexia, nem sequer consentia que me tocassem.
Ela tirou ao menos cinco fotografias, mas falta-nos uma. Têm a originalidade de no-la mostrarem fora do seu quarto e da sua cama.
Ela parece uma mulher ainda jovem, nos seus 38 anos, sem moléstias especiais. Mas é não é assim: na fotografia que nos falta ela assemelha-se a uma planta que desenterraram e expuseram ao sol. Como as folhas e os ramos da planta caem, sem o vigor da seiva que lhes dava força, também a Alexandrina se mostra incapaz de segurar direitos a cabeça, o tronco e os membros. Ela sabia o que dizia quando falava em "milagre divino".
Creio que é deste mesmo ano o famoso filme que existe em Balasar.


Na primeira fotografia, a Alexandrina está ladeada pela irmã, a Deolinda, à esquerda, e pela professora Sãozinha, à direita.
Na segunda vêem-se mais o pároco da Trofa, o Dr. Azevedo e o Sr. Sampaio com a esposa.
Na terceira, já não estão o pároco nem o Dr. Azevedo, mas vê-se agora o filho do casal Sampaio.
Na última, figuram as mesmas pessoas da anterior, menos o pequeno, mais o Dr. Azevedo.
As três últimas fotografias pertenceram ao espólio do P.e Mariano Pinho e vieram do Recife, Brasil, quando foram trazidos para Balasar os seus restos mortais.

Sem comentários:

Enviar um comentário