terça-feira, 25 de maio de 2010

Na ida do P.e Leopoldino para Balasar

O autêntico elogio ao P.e Leopoldino Mateus que vamos copiar saiu no jornal poveiro A Propaganda, em 17 de Julho de 1933, pouco mais de uma semana após ele tomar conta da paróquia de Balasar. O estado da freguesia não devia ser o melhor, após as perturbações acontecidas na fase final da presença do pároco anterior, o P.e Manuel de Araújo.
O P.e Leopoldino tinha na altura já os seus 54 anos e na Póvoa atrás de si deixava anos duma luta muito dura, em particular ao tempo dos princípios da República, quando foi repetidamente enxovalhado pelos seus inimigos.
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Abade de Balasar
No dia 9 de Julho tomou posse da paroquialidade de Balasar, deste concelho, o nosso prezado amigo e conterrâneo Sr. P.e Leopoldino Rodrigues Mateus. Deixando a sua terra e os seus venerandos pais, o novo pároco vai cumprir uma missão de paz e religiosidade, confiada pelo seu Prelado, que tem pelo nosso amigo a maior estima e consideração pelos relevantes serviços prestados à Igreja.
Foi muito sentida a ausência deste ilustre sacerdote, que se impôs pelo seu zelo e dedicação à Igreja e pelo seu bairrismo, sempre devotado à causa da sua terra. Como capelão da Confraria das Almas, onde esteve durante 27 anos, calcorreando as ruas todas as madrugadas, quer chovesse quer ventasse, de dia e de noite, intensificou esta devoção, que é hoje muito fervorosa.
Como capelão interino da devoção da Senhora do Desterro aumentou a frequência daquela pequena capela, convertendo-a no centro de fervorosa piedade. Como coadjutor ou vigário cooperador da freguesia da Póvoa de Varzim, cargo que desempenhou com zelo e actividade durante 24 anos, prestou bons serviços à causa da Igreja Católica, de que é digno ministro.
Por isso, não admira que o povo crente da Póvoa o estimasse e respeitasse, porque sabia a falta que faz no nosso meio religioso e social. Deixou a nossa Varzim e foi cumprir uma missão delicada para a importante freguesia de Balasar, deste concelho. Ao celebrar a sua primeira missa paroquial, as suas palavras de saudação calaram de tal forma no ânimo dos seus novos paroquianos que todos atentos e visivelmente satisfeitos foram cumprimentar o seu novo abade.
Vai grande regozijo na freguesia de Balasar pela estadia do seu novo Pastor a quem já tributam respeito, estima e consideração, esforçando-se por conservar o mais tempo possível. Sua Reverência cumpre um dever de obediência aceitando aquele lugar espinhoso e trabalhoso, é de esperar que o povo de Balasar, respeitador e crente, estime o seu novo Pároco, que é um dos sacerdotes mais trabalhadores e honestos da nossa terra.
Que a saudade que o povo da Póvoa tem pelo seu ex-coadjutor e amigo dedicado seja compensada pela benevolência e estima com que é tratado na sua nova freguesia. Ao Sr. Abade de Balasar, todos os que aqui trabalham na redacção enviam os seus respeitosos cumprimentos.

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