Não tem relação directa com a Beata
Alexandrina, sabe-se pouco dele e nem foi exemplar, mas o padre Manuel
Gonçalves mudou a história da freguesia onde a Beata havia de
nascer e viver.
Até há pouco só se sabia que tinha sido
o pai da fundadora da casa que um dia viria a ser de D. Benta, mas hoje sabe-se
já um pouco mais.
Em 1542, quando mandou renovar o tombo paroquial, ele era abade de Balasar (S.
Eulália e S. Salvador) e de Gondifelos (S. Félix e S. Marinha de Vicente). Mas não era por
escassearem os sacerdotes… Ele residia em Vila do Conde, onde
celebrou vários baptismos entre 1536 e 1545. Abade rico, tinha com certeza
outros sacerdotes a cuidar do múnus paroquial.
Os tempos eram maus: em 1542, o
arcebispo de Braga, D. Duarte, era filho bastardo do rei e tinha 22 anos… Daí a
urgência do Concílio de Trento que em breve se iria reunir e onde um arcebispo
santo, D. Fr. Bartolomeu dos Mártires, iria ter um papel cimeiro.
No tempo da origem das paróquias, os nobres
dotavam as igrejas para que os seus párocos pudessem ter uma vida sem
indigência. As propriedades que em S. Eulália de Balasar tinham esse destino
eram bastantes, mas não muitas. Foi a partir delas que o abade Manuel Gonçalves
criou a casa da Quinta de Balasar, o que nem deveria prejudicar os seus sucessores.
Entre os donos da Quinta de Balasar, um criou
aquela rica capela barroca de Nossa Senhora da Lapa, outro foi vereador da Câmara
Municipal da Póvoa de Varzim quando se decidiu construir a actual Domus Municipalis
e um outro, o Visconde de Azevedo, tem um lugar de relevo na cultura nacional.
Imagem - fachada principal da Capela de Nossa Senhora da Lapa, na Casa da Quinta de Balasar. É uma óptima construção barroca anterior às igrejas da Lapa de Vila do Conde e da Póvoa de Varzim.
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