Na poesia dos séculos XVI e XVII (vejam-se aqui poesias de Camões sobre este tema e aqui um soneto de Fr. Agostinho da Cruz; Bocage também tem um soneto sobre a Paixão) encontram-se poéticas e profundas meditações sobre a Paixão de Jesus. Isso significa
com certeza que a pregação do tempo privilegiou o tema. Pensamos que, em
consequência dessa pregação, foram criados ao longo dos anos calvários em
muitas freguesias. Conhecemos alguns não muito longe de Balasar e sabemos que
noutras também os houve.
Numa visita que fizemos a Arouca, ao seu
grandioso mosteiro antes de mais, vimos na vila um calvário original. Como o de
Jerusalém, fica num arrabalde e, como ele, sobre um lajedo. E tem data, 1627. Apresentamos
três imagens.
Em Balasar, nunca terá sido criado um
calvário com cruzes de pedra, fixo, mas houve um amovível, talvez em madeira, bem
perto da casa onde a Beata Alexandrina passou a maior parte da sua vida. Foi daí
que veio o nome ao lugar.
Deve-se notar que, da antiga igreja para
o “calvário”, subia-se e que o solo, xistoso, deveria mostrar muita pedra.
Três imagens do Calvário de Arouca. Na primeira, vê-se o calvário propriamente dito, as três cruzes; na segunda, vê-se o mesmo calvário mais um curioso púlpito para a pregação; na terceira, vêem-se as cruzes do calvário e o púlpito e ainda mais três cruzes alinhadas com a do centro do calvário, certamente destinadas à via-sacra.
Veja-se ainda o magnífico nicho da igreja do Mosteiro de Arouca que guarda a arca tumular da Beata Mafalda:
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