Eu frequento a igreja de S. João Baptista de Vila do Conde, aquela igreja onde a pequena Alexandrina recebeu o crisma. Desde há muito intrigava-me certa decoração dumas colunas de talha nacional que lá existem e que não é diferente da de muitas outras de variadas paragens.
O caso é este: pelas colunas acima trepam ramos de videira com fartos cachos (pâmpanos) e no meio daquela vegetação luxuriante vêem-se um menino e uma ave. Um e outro debicam as uvas. Mas eu não fazia ideia do que aquilo ali significava.
Há dias, de visita ao antigo Mosteiro de Tibães, lá vi de novo esta decoração. Perguntei à guia, mas ela não me deu explicação satisfatória. Então fui mais uma vez à internet tentar descobrir o significado daquilo e consegui o que queria.
A ramagem de videira e as uvas representam a vinha do Senhor, que produz o vinho que dá a vida eterna. A ave é a Fénix da mitologia, que renasce das cinzas e que significa a ressurreição.
Cruzam-se ali dois textos bíblicos, o da vinha do Senhor e o do Evangelho de S. João, quando Jesus diz que “quem comer deste pão e beber deste vinho viverá para sempre”.
A pequena Alexandrina não soube nada disto com certeza, mas agradeceria que lho dissessem.
Na mesma igreja, num festão de pedra, há esculpido o motivo da vinha e da Fénix.
Como isto é instrutivo!
Neste fragmento de coluna do coro alto do Mosteiro de Santa Clara de Vila do Conde, actualmente pousado no chão, vêem-se bem as videiras, as uvas e o menino; a Fénix está à direita, quase ao fundo.
Festão do séc. XVI com os motivos da vinha e da Fénix (a ave está na terceira "pedra" a contar de baixo - clique sobre a imagem para a ver melhor).
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