quinta-feira, 8 de março de 2012

Açucena de Portugal

Alexandrina Maria,
Criatura angelical,
Açucena de valia
No jardim de Portugal!

No Calvário, em Balasar,
Entre espinhos e martírios,
Uma flor foi despontar
Com a cor dos roxos lírios...

Incruentas e veladas,
Teve as chagas de Jesus
E que foram cinco espadas
A cravá-la em dura cruz.

Mui profundos, bem marcados,
Teve os cravos do Senhor,
Com espinhos enlaçados
A avivar-lhe a mesma dor.

Feita imagem de Jesus
E da Virgem, Mãe das Dores,
Sempre "mirrada" na cruz,
Foi doada aos pecadores.

Imolada como vítima
Deste mundo degradado,
Renasceu filha legítima
De Jesus crucificado.

Pomba sangrando crueza
Nas garras negras do mal,
Foi um anjo de pureza,
De olhar meigo, virginal.

O Pão dos Anjos comeu
Sem qualquer outro alimento...
Cálice amargo bebeu
E foi todo o seu sustento!

Sem comer e sem beber,
Donde as suas cores belas?
Sem dormir e a sofrer
Como tem olhos - estrelas?

Nos seus êxtases, arrimo
Da sua alma guerreira,
Gota do Sangue Divino
Deu-lhe a vida verdadeira.

Seu Esposo, o bom Jesus,
Cumulou-a de louvores,
Pois amou a dura cruz
E salvou-Lhe os pecadores.

Já outrora, em Balasar,
Descera um Anjo de luz,
Desenhando, com luar,
O sinal da Santa Cruz.

Vem a Vítima, em seguida,
Para a cruz e seu "Calvário",
Arrimada, na subida,
À "Mãezinha" e ao Sacrário.

Lisboa, 1 de Janeiro de 1980
Pe. J. Fernandes de Oliveira
Boletim de Graças de Janeiro–Junho de 1980

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