segunda-feira, 13 de junho de 2011

Tantos erros históricos juntos!



No Idea Nova de 17/3/1937, saiu um artigozito sob o título de “Balasar” que nos dá uma informação curiosa, mas que contém uma data de erros históricos. Veja-se.

Tem sido por vezes objecto de animada discussão a mudança de nome da freguesia de Balasar deste concelho, para Fontainhas, o seu lugar mais importante, pelo seu comércio, indústria e população da mesma freguesia. Não estranhamos esta discussão em volta da nova denominação escolhida, espontâ­nea e livremente, pela Junta, de­pois de ouvir a opinião do povo de quem é representante, junto dos poderes públicos, porque já se deu o mesmo caso noutros tempos, segundo rezam as crónicas.
Antigamente, esta freguesa era constituída por duas: S.to Adrião de Gresufes, com a igreja paro­quial no lugar de Além, e Santa Eulália do Casal, com a Igreja pa­roquial no lugar do mesmo nome. Como ambas fossem pequenas e de diminuto rendimento para os respectivos párocos, combinarem os habitantes de uma e outra unir-se, formando uma freguesia boa e rendosa, construindo uma nova Igreja, em local mais central, sendo escolhido o terreno do actual cemitério.
Que Padroeira deveria ficar pa­ra a nova paróquia? Como a vi­zinha freguesia de Macieira de Rates tem por Padroeiro Santo Adrião, ficou combinado ser San­ta Eulália de Mérida, que ainda é hoje.
Como se havia de chamar a nova freguesia? Aqui divergiam as opiniões, porque cada povo de­fendia o nome da sua paróquia, até que resolveram dar-lhe o nome de Balasar, nome que foram bus­car a um lugar onde só há prédios rústicos e que fica entre os lugares do Martinho e Vila Pouca, no ca­minho de Gondifelos. Daí Vem a denominação desta freguesia ser posterior à da sua congénere do concelho de Guimarães.
Convidado o povo da freguesia a escolher nova denominação para a sua terra, em obediência a de­terminações do novo Código Administrativo, mui livremente foi es­colhido o nome de Fontainhas, por ser o local mais conhecido e im­portante da sua freguesia.
É verdade que a freguesia de Rates tem ali três casas; mas o resto, incluindo a estação do caminho-de-ferro, é de Balasar. Como Fontainhas já não é antiga sede de malfeitores e salteadores de prédios e de estradas, mas um local de gente honesta, trabalhadora e incansável no progresso da sua ter­ra, é por isso digna de lhe ser pres­tada esta homenagem.
Por estes motivos, entendemos que, assim como os antigos foram buscar a nova denominação ao pe­queno lugar de Balasar, assim os actuais paroquianos escolheram o nome do local mais progressivo para a denominação da sua fre­guesia. Honra lhes seja. H

O padroeiro de Gresufes não era S. Adrião, mas S. Salvador.
Não foram os habitantes que decidiram a fusão das freguesias, mas o Arcebispo que assim o dispôs.
A igreja do Matinho só foi construída mais de 100 anos após a primeira fusão (que foi uma anexação, de Gresufes a Balasar).
Embora a igreja de Balasar ficasse no Casal, a freguesia não se chamava do Casal mas de Balasar; a sua padroeira era Santa Eulália.
O nome de Balasar da Póvoa de Varzim é tão antigo como o da freguesia homónima de Guimarães.
Teria sido uma pena se a mudança do nome da freguesia tivesse ido avante.
Onde se escreve Martinho deveria escrever-se certamente Matinho.

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