segunda-feira, 20 de junho de 2011

És a minha Alexandrina transformada em Cristo, só em Cristo


O trecho dos Sentimentios da Alma que se segue é belíssimo. Naturalmente, deve ser entendido com as reservas próprias das comunicações místicas.

— Minha filha, não vives a vida do mundo, desprendeste-te de tudo o que é dele. Vives no Céu, vives do que é divino. Os teus caminhos são caminhos de Cristo; é por isto que não és compreendida. Olha, meu anjo, é sublime a tua missão: é a mais rica das missões. Eis a razão por que és odiada e perseguida; odiada por Satanás, pelas almas que lhe roubas. Perseguida pelo mundo, porque não compreende a vida que vives, o que é a minha vida nas almas. Não temas, filhinha, não te é roubado o tesouro imenso que com minha Mãe te entreguei. É só para teu maior martírio, proveito para as almas e grande glória para Mim. Fechei-o com Minha bendita Mãe com chaves de oiro; selámos-te o coração com selos divinos. Que dor para o Meu divino Coração ao ver a tua dor!
É preciso estudar, aprofundar, para compreender a vida de Cristo nas almas.
Quando te criei, criei-te com tal perfeição, perfeição que só podia purificar e desempenhar a missão que há de mais sublime. Assim como já destinei as almas que te haviam de guiar, almas que compreendem, almas que só vivem a minha vida, a vida íntima comigo. Os que cuidam de ti cuidam de Mim.
Era Meu desejo que todos os meus discípulos estudassem estas ciências divinas. Não as estudam, não as compreendem. Dou-lhes as luzes precisas; tentam apagá-las. Em vão: nada conseguem.
Em todos os tempos necessitei de vítimas, agora mais do que nunca necessito delas. Já te destinei, minha redentora, para nesta época vires ser imolada, época em que a humanidade se mergulhou num mar imenso e lodaçal de vícios. É o que sentes a roubar o mundo. É o vício que pode mais que o homem; é o vício ladrão de tudo o que é meu.
Ó pastorinha divina, rainha do mundo, sou Eu, Jesus, que te elejo, que te elevo às alturas. Guarda, salva o que te entreguei. Apascenta o rebanho no prado da pureza, no prado da caridade, da humildade e sobretudo no do amor. Quem ama, e ama deveras, não ofende o seu Amado.
Ó lírio perfumado, açucena pura, irradia o mundo com os teus aromas, com as tuas virtudes que são aromas celestes, aromas que atraem a ti o rebanho que te confiei e que por ti vem a Mim e por ti sobe ao Céu.
Coragem! Nada temas. A glória é Minha, o triunfo é Meu. Em todo o tempo, foi a minha Igreja perseguida, como não há-de ser agora aquilo que a ela pertence, o que há de mais rico e de maior nobreza?
Nunca assim imolei nem imolarei outra vítima; nunca recebi de nenhuma tantas almas nem volto a receber. És mãe, mãe dos pecadores, rainha deles.
Depois de Mim e minha bendita Mãe, não há como tu quem tenha sobre eles tanto poder. Coragem, minha estrela cintilante, farol de toda a humanidade!
Tudo ouvi de Jesus sem dizer palavra. Ele a falar e eu a arder em fogo, fogo consolador, fogo que me prendia mais ao Seu divino Coração. Ao mesmo tempo, recebi um conforto que me levantava as forças que tanto precisava para aguentar com a minha cruz.
Ó meu Jesus, o que hei-de eu dizer-Vos? Quanto mais falais, mais se apodera de mim a minha pequenez. Humilho-me, humilho-me, Jesus, tenho vergonha da minha miséria, tenho vergonha de Vos utilizardes de mim para tão altos fins. Trabalhai Vós, falai Vós, tudo Vos pertence e falai das Vossas grandezas.
— Ó violeta querida, puro asilo onde habito; habito em ti na terra, como no Céu habitarás com meu Eterno Pai. És a minha Alexandrina transformada em Cristo, só em Cristo.
— Obrigada, meu Jesus, meu Rei de Amor!

Sentimentos da Alma, 22/12/44

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