quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Vim ao teu coração buscar alegria


A Sua divina voz fez-se ouvir: Ele falou em meu coração:
- Anjo bendito, obedece à voz do teu Senhor: levanta a minha vítima inocente, livra-a das garras de Satanás!
Nestes momentos, eu estava sobre uns abismos medonhos traçados a sangue. Fiquei de repente nas minhas almofadas, já de mãos soltas e libertada do demónio. Não sei dizer a dor que sentia: desfazia-me o coração. Que pena eu tinha de Jesus! Que receio de O ter ofendido! Não fiquei assim por muito tempo: voltou Jesus a falar-me:
- Não te entristeças, minha filha, tu não pecaste. Não queres dar-Me consolação? Não queres dar-Me reparação? Necessito tanto dela nesta hora!...
Olha, vim ao teu coração buscar alegria, vim ao teu coração buscar amor, consolação e a reparação que desejo. Alegra-te, confia, em ti encontro tudo! Não queres alegrar-Me? Alegra-te comigo!
- Bem sabeis, meu Jesus, que tudo Vos quero dar, que só quero viver para Vós e para as almas. Mas sabeis também que a minha tristeza, a minha dor é o receio de ter pecado. Não posso viver sem Vós!
- Não pecas, filhinha, não te deixo pecar; não vives sem Mim.
Olha, queres saber porque ontem não te falei?
Olha, dei-Me a ti com mais amor, com mais intimidade do que se comungasses, e não te falei para mais de ti receber.
Por não te falar, foi que te tirei o medo e o receio de falares comigo e pus em ti as ânsias, os desejos de Me ouvires e de mais te unires a Mim.
Procedi assim, primeiro, para aclarar mais e melhor a tua vida, para dar mais luz àqueles que não querem ver. Quero que eles vejam, que eles conheçam como Me comunico a ti, como é a minha vida em ti. Em segundo lugar, para saciar mais a minha sede em ti e tu a tua em Mim.
Tu és a fonte pura, és fonte de água cristalina.
Vem o Rei beber à fonte da sua rainha, e a rainha sacia a sua sede no seu Rei.
Vem o Esposo matar as suas ânsias divinas na sua esposa amada, na esposa sem igual.
Vem o jardineiro ao seu jardim, ao jardim que aos pecadores pertence.
Venham eles a ele colher as flores angélicas.
Venham eles a ele abrilhantarem-se, venham eles a ele perfumarem-se: são aromas celestes, são aromas divinos.
Sentimentos da Alma, 5/2/1945

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