Viu-se que Custódio José da Costa redigiu um testamento muito ajustado ao espírito do Evangelho, que a Beata Alexandrina encarnou em pureza excepcional. Hoje vamos falar duma viscondessa, a Viscondessa de Azevedo, que era Grã-Magriço, cujos pais haviam sido sepultados na igreja paroquial de Balasar e que também quis ser lá sepultada.
Faleceu com 81 anos, em 3 de Janeiro de 1886, no Porto, de uma “apoplexia fulminante”. Escreveu-se na altura que tinha pouco antes um porte aprumado e vigoroso e que era senhora duma organização física “forte e enérgica, que parecia zombar dos anos”.
No testamento dispôs que o seu corpo fosse “envolvido em hábito de Santa Teresa (de Ávila), encerrado em caixão de chumbo e sepultado no jazigo da família que tem na freguesia de Balasar, deste concelho, onde repousam os restos mortais de sua mãe”.
Contrariamente ao seu desejo, D. Maria José Carneiro da Grã-Magriço não foi sepultada em Balasar, antes em Barcelos, “por a autoridade administrativa do Porto se opor a que fosse para Balasar, conforme era vontade da testadora”.
Entre as numerosas disposições do seu testamento, salientam-se algumas: quis que o seu corpo fosse conduzido da sua residência para a igreja por quatro pobres, a cada um dos quais se daria significativa esmola. Não quis pompa nem música (certamente marcha fúnebre); e acrescentou: “igual ao do meu marido”. À Santa Casa da Misericórdia do Porto deixou um legado enorme, de 17 contos (se calhar não longe do que hoje seriam 100.000 euros...); à de Vila Nova de Famalicão, um mais modesto de 2 contos e meio. Mas beneficiou muitas outras instituições e pessoas singulares, várias da Póvoa e até os pobres de Balasar.
Também isto é espírito evangélico. ... No tempo de Eça, de Antero, de Teófilo Braga e outros de semelhante orientação ideológica.
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