sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Jesus Cristo

Ao tempo em que a pequena Alexandrina frequentou a escola na Póvoa de Varzim - há 100 anos - havia um poeta de Aver-o-Mar, de nome Bernardino da Ponte, que justifica aqui uma referência: apesar de ser autodidacta, ele possuía uma sólida e diversificada cultura e deixou alguns poemas de tema religioso. Abaixo transcrevemos um dos melhores.
Recentemente colocámos em linha uma página com a informação relativa ao contexto político que se vivia em Balasar e nos arredores ao tempo da aparição da Santa Cruz.

Jesus Cristo

Meditações

I
Por entre agudos espinhos.
Duma sombrosa romagem,
Os mais dúlcidos carinhos
Marcaram sua passagem.

II
Embora grandes da terra,
Ciosos dos seus brasões,
Lhe movessem crua guerra
E o cobrissem de baldões,

III
A sua santa doutrina
Mais profícua se afirmou...
Foi como luz diamantina
Que o orbe todo inundou.

IV
Na senda cheia de cardos
Por onde passara ovante
Fez brotar preciosos nardos
Dum aroma inebriante.

V
Consagrado ao pensamento
De nos salvar e morrer,
Foi um milagre, um portento,
D'incomparável poder.

VI
A tragédia do Calvário,
Precedida de torpezas,
Abre-nos hoje um sacrário
D'inesgotáveis riquezas.

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