sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

A electricidade em Balasar

A chegada da electricidade significou muito mais que o fim da iluminação anterior a petróleo; ela originou uma grande mudança na vida das pessoas. Foi ela que possibilitou, mais adiante, por exemplo, a criação da grande unidade de confecções Algot.
Materiais usados na antiga iluminação a petróleo (colecção do Sr. António Machado).
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O P.e Leopoldino noticia a inauguração da energia eléctrica no Idea Nova de 28 de Janeiro de 1950:

A inauguração da luz eléctrica nos domicílios desta freguesia causou geral contentamento aos seus habitantes, tendo alguns exteriorizado o seu júbilo com foguetes. Era um melhoramento há muito esperado e por isso não cessavam os louvores à Comissão local e ao Sr. Presidente da Câmara, a quem, de um modo particular, se deve tal com, para bem desse povo honrado e trabalhador.
A par da luz veio também a aquisição de aparelhos de rádio, que já vêm alegrando muitos lares onde se reúnem as famílias para ouvir boa música e saber o que se passa no mundo. Falta agora ailuminação pública. Quando chegará?!...
 Cabina eléctrica junto à escola, que vem de 1949.
Mas quando ela chegou a Balasar e a Rates, o resto do concelho já a possuía há vários anos. O vizinho Outeiro Maior tinha-a desde 1936.
A notícia fala dos aparelhos de rádio, de ouvir música e de saber o que se passava no mundo. A rádio existia no país desde a década de trinta. A própria Renascença, criada pelo Monsenhor Lopes da Cruz, natural de Terroso, Póvoa de Varzim, começara a emitir em 1936. Mas sem energia eléctrica os balasarenses não tinham acesso a ela.
As emissões de televisão iniciaram-se em 1956, mas só devem ter chegado ao Norte nos anos sessenta.
Entre as visitas frequentes da Alexandrina, contava-se o Sr. Sampaio, da Trofa, amigo do Dr. Azevedo, que dispunha de pessoal para instalações eléctricas. Mas não sabemos se foi ele que instalou a energia eléctrica na Casa do Calvário, nem quando isso aconteceu.
A radiodifusão de som e depois de imagem é uma das grandes conquistas do séc. XX, como a popularização do uso do automóvel, a criação do avião, do armamento atómico, a conquista do espaço, a descoberta da penicilina, do computador, etc.
Os rádios eram aparelhos volumosos e caros, a que nem todos tinham acesso.
No final de 1950 o Idea Nova, dá conta duma novidade que se preparava em Balasar:

Estão-se ultimando os trabalhos da electrificação e embelezamento da nossa igreja paroquial para a missão religiosa que vai ser pregada por três sacerdotes da Congregação do Espírito Santo e principiará no próximo domingo, 29, com sermão do Rev. Olavo Teixeira Martins, director do Noviciado na Casa da Silva, Barcelos, e concluirá no dia 13 do mês de Novembro.

Em 1954 a Alexandrina ofereceu à Igreja Paroquial um altifalante. Através dele podia seguir os actos religiosos. O P.e Leopoldino, sem a mencionar, noticia o melhoramento no jornal costumado, por exemplo, em 10 de Abril de 1954:
Continua a experiência do aparelho sonoro da igreja, ouvindo-se perfeitamente em todos os lugares da freguesia as homilias e leituras do Rev. Abade e os cânticos do grupo coral.

Veja-se esta notícia sobre o novo Cardeal português.

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