terça-feira, 19 de junho de 2018

O QUE O PE. LEOPOLDINO ESCREVEU SOBRE A ALEXANDRIA ANTES DA MORTE DELA


Quase a concluir o noticiário saído em 22 de Abril de 1950 no Idea Nova, o Pe. Leopoldino informou:
No dia 30 de Março fez 46 anos a Sra. Alexandrina Maria da Costa (Vicente), do lugar do Calvário.
Na sexta-feira – dia 14 – fez 25 anos que esta doente caiu na cama para nunca mais se levantar; 25 anos de sofrimento suportados com resignação é alguma coisa de valor espiritual perante Deus. Que Nosso Senhor seja o Cireneu a ajudá-la a levar a sua cruz até ao fim da sua vida.
Três anos depois, em 18 de Julho de 1953, ao tempo das avalanches de visitas, foi mais longe. Numa pequena nota intitulada “A Doente de Balsar”, no Ala Arriba, escreveu:
Já uma vez nos referimos aqui àquela doente que vai para trinta anos se vê presa ao leito devido à paralisia de que é portadora e que há uns doze anos não pode alimentar-se porque o seu organismo não aceita qualquer alimento.
Fizemos essa afirmação baseados em informações de médicos e, entre eles, o que é seu médico assistente há mais de uma dezena de anos.
Caso extraordinário, é motivo de dúvida para uns e descrença para outros, mas em muitos provoca já a convicção de que só pode verificar-se por intervenção divina.
Há mais de dez anos, sumidades médicas do Porto quiseram tirar a prova e, desconfiados de que se tratasse de embuste, exigiram o internamento em casa apropriada onde pudessem exercer fiscalização aturada e eficaz.
Foram quarenta dias de exame e tortura para a paciente, que resignadamente suportou no Porto quanto quiseram exigir-lhe a fim de poderem desfazer o logro que supunham encontrar.
E a ciência não descobriu o segredo do alimento que sustenta aquele corpo franzino e atrofiado e aquela alma generosa e boa, grande e pura, que Deus conserva na terra até à hora santa em que a sua Divina Vontade lhe conceda o merecido lugar junto de Si.
Esse alimento das almas não é, nunca foi dispensado pela doente Alexandrina Maria e é-lhe levado diligente e diariamente pelo velho abade da sua freguesia, a ridente, airosa e ampla Balasar.
É tal informação que nós não demos aos nossos leitores quando pela primeira vez nos referimos a este caso.
Fazemo-lo hoje convictos de que nem a Igreja nem os seus ministros nos censurarão por isso porque a doente segue e defende a verdade, a eterna doutrina que Jesus Cristo instituiu na terra.
O que foi transcrito antecipa o conjunto de dezasseis artigos que, a seguir à morte da Alexandrina, ele lhe dedicou.
A princípio, não havia qualquer livro publicado, apenas os artigos do Pe. Mendes do Carmo no Diário do Minho. Em Janeiro de 1956, saiu Uma Vítima da Eucaristia.
O Pe. Leopoldino foi uma testemunha especial do que se passou com a doente do Calvário, a quem levou diariamente a Comunhão, como aliás ele destaca. Mas os seus artigos abordam vários aspectos da vida e obre dela numa síntese que merece leitura. São um testemunho notável e em certo sentido precioso pois mantiveram acesa a chama da devoção nascente de que a falecida era alvo.

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