Ao
cair da tarde, senti-me então reunida com os amigos. Ó meu Deus, o que se
passou, que quadros tão diferentes!
Eu era Jesus e contra o meu coração sentia inclinar-se alguém e
eu era esse alguém. Eu era a mesa, eu era o pão e o vinho; eu era o cálice onde
ele era deitado; eu era as taças onde se serviam os alimentos; eu era Judas,
era tudo.
Eu era a doçura e mansidão de Jesus; era o desespero e traição
de Judas.
Que noite, que santa noite, a maior de todas as noites, a noite
do maior milagre, do maior amor de Jesus! O Seu Divino Coração estava preso
àqueles que Lhe eram tão queridos. Para poder partir, tinha de ficar entre
eles, para subir ao Céu, tinha de ficar na terra; assim O obrigava o Seu amor divino.
Sinto necessidade de esclarecer todas estas cenas, mas não
posso, não sei.
Sentimentos da Alma, 8 de Março 1945
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