quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Sobre a origem da Paróquia de Balasar

Agora que possuímos o documento completo das inquirições de D. Dinis (1288-1291) sobre Balasar, vamos de corrigir o que aqui tínhamos escrito sob o título acima. Dizem elas:
Freeguisia de Sam Ovaya de Belssar a cassa de Loussadela que foy de Sueiro Correa feze-a em huum casal de Nandim que gaanhou per emprazamento e per razon dela fazem honrra de toda a vila de Loussadela que non entra hi o mordomo.
Soeiro Correia – aliás, Soeiro Peres Correia – era irmão de Paio Peres Correia, o famoso Mestre de Santiago que Camões evoca n’Os Lusíadas (página 273; veja ao fundo o texto correspondente) e Lope de Vega em El Sol Parado, e filho de Pêro Pais Correia que honrou a vila do Casal. Se ele fez a Casa de Lousadelo, não foi desta casa que se originou a Paróquia de Santa Eulália de Lousadelo, que já então existia.
Se a vila de Lousadelo fora doada a Landim (Nandim), quem a doou? Os Correias de Fralães ou os Cavaleiros do Outeiro Maior? Ou outra família? Uma vez que Soeiro Correia emprazou lá terras, isso pode sugerir que tivesse sido a sua família.
Como Paio Peres Correia faleceu em 1275, o seu irmão Soeiro terá falecido em data próxima, pelo que havia dele memória no Lousadelo, pouco mais que dez anos à frente.
E Belsar (leia-se Belzar)? Deve ter construído a Igreja do Matinho um século antes, porventura quando a  vila de Lusadelo foi doada a Landim, e aqui nada se avança sobre a sua pessoa.
A vila de Lousadelo junta-se assim a Vila Pouca, a Vila Nova, ao Casal e ainda a uma outra vila que terá existido entre as terras da Quinta que foi de D. Benta e o rio.
Foi entretanto ordenado que ficasse honrada apenas a Casa de Lousadelo, mas não a totalidade da vila: nela devia entrar o mordomo do Rei.

Sem comentários:

Enviar um comentário