Via todos os sofrimentos passados durante o ano sem nenhuns me pertencerem nem nenhumas orações; se me pertenceram, mal nasceram, morreram. Estava a terminar o ano e eu sem nada ter que dar a Jesus. Principiei a ver de tal forma a minha miséria, o meu nada!
Recordava o meu Pai espiritual prisioneiro e a sofrer tanto por minha causa! Pensava em todas as luzes que me foram tiradas e que tanta falta me fizeram para me guiarem e aproximarem de Jesus. Pensava no meu médico assistente e pessoas queridas que tantos cuidados, carinhos e amor me têm dispensado. E eu assim, tão nada e miserável! Não pude resistir, principiei a chorar.
Ó meu Jesus, ai, tantos cuidados e passos perdidos por minha causa! Ai, o que eu sou e a quem eles pensam fazer as coisas! Recompensai-os, meu Deus, enchei-os de Vós, do Vosso amor.
Foi um dia cheio de amargura. Recebi alguns mimos que me deram alegria. Quando a alma principiava a senti-la, a saboreá-la, logo vinha Jesus com um corte separar tudo. Faça-se a Vossa vontade, ó meu Amor, por Vosso amor.
À meia-noite agradeci a Jesus todos os benefícios recebidos durante o ano e tudo o que me tinha feito sofrer. Pedi para que rezassem comigo um Te Deum em acção de graças. Terminado ele, acrescentei:
Obrigada por tudo, meu Jesus, por toda a dor e por toda a alegria. Perdoai as minhas ingratidões para convosco. Que me espera agora no novo ano? Mandai-me o que quiserdes, Jesus, que tudo aceito, mas não me falteis com a graça precisa e dai-me todo o Vosso amor.
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