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Creio que se deve falar de milagre quando lemos certas páginas da Alexandrina. A perfeição, a originalidade da expressão dão-lhe um inegável e alto valor literário. Como explicar isso numa mulher que não estudou, que viveu num meio rural, que passou tanto tempo fechada no seu quarto?
Creio que se deve falar de milagre quando lemos certas páginas da Alexandrina. A perfeição, a originalidade da expressão dão-lhe um inegável e alto valor literário. Como explicar isso numa mulher que não estudou, que viveu num meio rural, que passou tanto tempo fechada no seu quarto?
E há que acrescentar o facto de ela não corrigir, nunca voltar atrás para acertar uma palavra, uma expressão, alterar uma frase.
Veja-se um exemplo.
Ó meu Deus, ó meu Deus, corro numa carreira louca para a sexta-feira. Que tremendas horas me esperam!
O Calvário está no alto, tão alto está, quase chega ao firmamento. Eu tenho que o subir desfalecida e na mais tremenda desolação.
Parece-me que do cimo dele me estão bradando:
- Caminha com confiança! Também Eu já o subi. Aqui te espero.
Mas o caminho é tão doloroso e eu tão exausta de forças; caio, rolo para trás um pedaço. Vou tão carregada! Com todo o custo me levanto com o peso.
Meu Deus, não vejo, pobre ceguinha!
Ó meu Jesus, vinde dar-me a mão!
É o amor que me obriga a caminhar, é o amor que vence a dor, é o amor que mi aproxima de Vós...
O número de países donde vieram as visitas em Outubro atingiu um novo máximo, 115. A média diária subiu para 313.
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