terça-feira, 2 de novembro de 2010

Milagres


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Creio que se deve falar de milagre quando lemos certas páginas da Alexandrina. A perfeição, a originalidade da expressão dão-lhe um inegável e alto valor literário. Como explicar isso numa mulher que não estudou, que viveu num meio rural, que passou tanto tempo fechada no seu quarto?
E há que acrescentar o facto de ela não corrigir, nunca voltar atrás para acertar uma palavra, uma expressão, alterar uma frase.
Veja-se um exemplo.

Ó meu Deus, ó meu Deus, corro numa carreira louca para a sexta-feira. Que tremendas horas me esperam!
O Calvário está no alto, tão alto está, quase chega ao firmamento. Eu tenho que o subir desfalecida e na mais tremenda desolação.
Parece-me que do cimo dele me estão bradando:
- Caminha com confiança! Também Eu já o subi. Aqui te espero.
Mas o caminho é tão doloroso e eu tão exausta de forças; caio, rolo para trás um pedaço. Vou tão carregada! Com todo o custo me levanto com o peso.
Meu Deus, não vejo, pobre ceguinha!
Ó meu Jesus, vinde dar-me a mão!
É o amor que me obriga a caminhar, é o amor que vence a dor, é o amor que mi aproxima de Vós...

O número de países donde vieram as visitas em Outubro atingiu um novo máximo, 115. A média diária subiu para 313.

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