Ultimamente o nosso estudo e a
nossa reflexão permitiram-nos alargar o conhecimento
sobre as igrejas paroquiais do Matinho e a da Cruz; vamos por isso actualizar
aqui a informação que possuímos sobre elas.
Ao longo dos tempos sucederam-se em
Balasar várias igrejas paroquiais: a que foi construída na vila de Lousadelo, de que nada se sabe, a de
Gresufes, de pouco mais se conhece que a sua localização, a do Matinho e a
actual.
1. A Igreja Paroquial do Matinho
A Igreja Paroquial do Matinho devia vir
do século XII: em 1220 já existia e não parece que fosse construção recente. A
deslocação da igreja do Lousadelo para lá deve ter tido a ver com a doação
deste lugar ao Mosteiro de Landim[1].
Até
ao séc. XVIII
Não é muito de crer que uma igreja que
podia vir talvez do tempo do Conde D. Henrique não tivesse precisado de ampliação antes
do séc. XVIII, com a agravante de ter havido a anexação de Gresufes a Balasar.
Talvez tenha sido ampliada no séc. XVI, mas nenhum documento que conhecemos o
testemunha. Talvez o Tombo da Comenda de 1608 pudesse fornecer algum
esclarecimento a este respeito.
Segundo a memória de 1736, era de três
naves, que poderiam resultar duma reconstrução maneirista. Tinha então os
altares do SS. Sacramento, o de Nossa Senhora das Candeias, o de Santo António,
o de Santo Antão Abade e o de Nosso Senhor Jesus Cristo, com as irmandades de Santo
Antão Abade e das Almas.
A igreja do Matinho ficava por trás deste portão do Cemitério de Balasar.
Reconstrução
setecentista
Entre 1736 e a memória paroquial
seguinte, de 1758, a Igreja do Matinho sofreu alterações estruturais sobre que
não possuímos informações claras.
A autorização para a bênção da
capela-mor reconstruída remonta a de Março de 1738. Parece que a reconstrução
do corpo da igreja terá sido posterior.
Os assentos de óbito fornecem por vezes
indicações interessantes sobre esta igreja. Fica-se a saber por um deles que
havia sobre a porta principal um alpendre ou cabido, como então se dizia
(também havia cabido sobre a porta travessa do norte), que a Capela de Nosso
Senhor Jesus Cristo tinha a imagem do Santo Cristo Crucificado e ficava voltada
ao norte, que também a norte, no exterior, havia uma cruz da via-sacra
(deveriam ser três), que ficava igualmente a norte, no interior, a escada para
acesso ao coro, que do lado sul havia uma “fresta grande”, que junto à porta
travessa do norte havia “uma pedra grande que serve de campa”, que a pia
baptismal ficava da parte do sul, que havia pelo menos um púlpito do lado sul,
que uma das duas sacristia era a “sacristia dos ornamentos da fábrica” (as
sacristias eram duas e ficavam do lado norte), que como a cozinha da residência
ficava voltada para o adro se sepultavam cadáveres frente à janela desta
divisão da casa paroquial, etc.
Supomos que os retábulos dos diversos altares
possuiriam talha.
Um livro que devia ter informação
variada e interessante sobre ela era o dos capítulos das visitas, mas não se
conserva.
[1] Se o Lousadelo fosse antes pertença provável dos
Cavaleiros do Outeiro Maior, então teriam sido eles quem promoveu a construção
da igreja. A constru: desta vez poderão ter sido os Correias de Fralães.
Sem comentários:
Enviar um comentário