José
António dos Santos Reis, primeiro benfeitor da Igreja Paroquial de Balasar
O jornal A
Independência de 11 de Junho
de 1893 noticiava o falecimento do brasileiro “José António dos Santos Reis, casado,
negociante à Praça do Almada”. Era balasarense e havia falecido na terça-feira
anterior, dia 6. Pelo assento de óbito, sabe-se que tinha 47 anos e que vivera
na “casa número 13” daquela praça. O consentimento dado pelo pai para ele rumar
ao Rio de Janeiro tem data de 30 de Dezembro de 1859. Nascera no Casal.
No álbum do Prof. Furtado vem uma
fotografia sua, com dedicatória e assinatura, datada do “Rio, 27 de Outubro de
1875”.
José António dos Santos Reis possuía
fortuna no Brasil e não tinha filhos. Duas das deixas do seu testamento merecem
ser aqui copiadas:
Deixa 1.500 réis
a cada pessoa mais necessitada da freguesia de Balasar que não possa trabalhar
ou ganhar alimentação.
50.000 réis à
Junta de paróquia daquele freguesia para auxílio da construção duma igreja
paroquial[1].
José António
dos Santos Reis fotografado no Rio de Janeiro em 27 de Outubro de 1875.
Deve ter sido o primeiro donativo para a
Igreja Paroquial, quinze anos antes de as obras começarem[2].
No que deve ser uma farpa ao partido
progressista, o jornal regenerador Estrela
Povoense de 30 de Julho de 1899, sob o título “Tudo pronto”, tem estas
frases a que o momento político de então daria um sentido que em boa parte nos
escapa:
Os povos de
Balasar, contemplando o Outeiro, já ali imaginavam catedrais superiores às de Notre
Dame ou de Colónia.
Não sabiam até
como mostrar a sua gratidão ao autor de obra tão grandiosa.
Afinal, oh,
decepção!
À parte o jogo político implícito, percebe-se
no escrito o desejo antigo de Balasar construir uma nova e grande igreja.
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