À massa dos fiéis foi proibido entrar no cemitério; muitos
deles subiram ao muro da cerca para procurar ver.
O doutor Adriano, a pedido do bispo auxiliar Mons. Francisco
Maria da Silva, redigiu um relatório sobre a exumação do corpo da Alexandrina,
no dia 23 de Dezembro seguinte. Entre outras coisas escreveu:
Procedendo à remoção da terra,
apareceu um nicho em cimento com cerca de dois metros de comprimento por um de largura
e um de altura, aberto num dos lados até ao fundo, e vê-se parte da caixa mortuária.
Retirada a placa de cimento, munida de dois anéis de ferro e atravessada por
fios de ferro que envolviam a estrutura, e removida a terra que cobria a caixa
mortuária, esta apareceu em discreto estado de conservação, corroída apenas
numa pequena parte da cobertura, na extremidade mais larga, correspondendo à
cabeça do corpo.
Não se sentiu o mínimo odor de
putrefacção de cadáver. Fui convidado pelo bispo auxiliar a entrar na capela
mortuária. Retirada a tampa da caixa mortuária, apareceu o corpo que não
apresentava o mínimo sinal de putrefacção. Pelo exame feito posso dizer que me
encontrei diante dum caso de destruição de cadáver sem corrupção. Com todo o
respeito, tomo como testemunha N. S. Jesus Cristo e diante d’Ele juro
humildemente que tudo quanto escrevo não depende de modo algum da sugestão
externa de quem quer que seja e que é a pura expressão da verdade e que da
minha parte não há a mínima ideia preconcebida.
O doutor Azevedo afirmou-me que a decomposição do corpo da
Alexandrina sem putrefacção é um facto extraordinário que escapa às leis da
natureza.
Da autobiografia do
Pe. Humberto Pasquale
Capela-jazigo para onde em 1957 foram trasladados os restos mortais da Beata Alexandrina.