A síntese de notícias que se segue foi hoje gravada na Rádio Onda Viva e irá para o ar amanhã. Não se estranhe portanto a forma como nelas me exprimo.
.
Hoje vou falar da Beata Alexandrina, coisa que não faço há muito: o dia 13 de Outubro, aniversário da sua morte, está à porta e há algumas notícias.
A primeira é sobre um DVD que está neste momento a ser rodado na Inglaterra. Há um esforço grande para recriar alguns espaços com fidelidade, há excelentes imagens e há uma narrativa muito fiável, que pretende conduzir o espectador à descoberta da mística que a Beata Alexandrina de facto foi.
As responsáveis pela produção são duas irmãs muito experientes neste género de filmes, como se pode ver no site respectivo e como estou informado.
O filme vai ter narrador. Para já está garantida a narração em inglês e português, mas está já pedida também em alemão e letão.
A narrativa parte dos livros de Kevin Rowles e de Leo Madigan, o que implica desde logo estreita ligação à Alexandrina Society.
Desde há alguns anos que se está à espera também dum DVD italiano, com supervisão de Maria Rita Scrimieri e produção duma editora de Milão, a Mimep-Docete. Será também trabalho de profissionais e de quem conhece bem a Beata. Quando foi das gravações, veio cá filmar uma jovem freira italiana da editora, a Irmã Nicodema.
Os Salesianos portugueses também manifestaram há tempos vontade de fazer o seu DVD, mas ignoro o ponto em que está o projecto.
Consta ainda que está para breve a publicação em livro duma nova e volumosa biografia da Beata de Balasar.
Começou a ser traduzido para português o livro Figlia del Dolore Madre di Amore (Filha da Dor Mãe de Amor), preparado pela Eugénia Signorile e pelo seu marido, Chiaffredo Signorile, há 20 anos atrás, e editado pela Mimep-Docete. Os autores chamaram ao livro uma quase autobiografia, pois que assenta em constantes citações da biografada, que depois têm enquadramentos e comentários dos Signoriles. Na capa e no rosto, a autoria è atribuída à Beata Alexandrina.
O livro estende-se por 776 páginas, contém várias ilustrações e divide-se em duas partes: a vida e flashes sobre a vida interior. É sem dúvida uma das grandes obras alguma vez escritas sobre o tema.
Por sinal, vai ter em breve, porventura ainda este ano, segunda edição; mas a tradução está a ser feita pela primeira.
O mais difícil nesta tradução é obter em português as citações que os Signoriles tinham traduzido para italiano. Basta pensar que a obra escrita deixada pela Beata atinge cerca de 5.000 páginas A4 e a maior parte dela não está digitalizada.
Vejamos um excerto da Introdução, do capuchino italiano Frei Franco Fusar Bassini:
A presença da Alexandrina na Igreja impõe-se sempre mais. Mas impõe-se como paradoxo e como desafio. Encarnam nela, como transparência de Cristo, a beatitude na pena, a liberdade na obediência, a alegria na dor, a Vida na Morte. A Alexandrina é humilde, puríssimo ícone do Crucificado e Ressuscitado Senhor que ama. Por isso, a jovem de Balasar é uma presença e uma «memória perigosa, mas necessária», pelo Dom que é para a Igreja, pela representação – na sua carne e no seu espírito – do Amor que nos envolve a todos no Mistério da Páscoa de Salvação.
O paradoxo evangélico está aqui: a alegria da cruz. Mas porquê? Porque é a alegria do Amor. A Alexandrina está como que toda contida nestas duas palavras que delineiam o seu vulto interior, exprimem a sua maturação mística, conformam o seu testemunho evangélico e a sua mensagem eclesial.
Ainda em termos de publicações, aguarda-se a do livro do Leo Madigan em letão, o do Kevin em maltês e dois livros em francês, que estão quase prontos e são edição da Alex-Diffusion.
No dia 5 de Outubro, dia da República, fui a Balasar ao meio da manhã. Vi pelo menos quatro grupos de peregrinos que se dirigiam para lá a pé.
Esta freguesia tem agora novo pároco, o P.e Manuel Casado Neiva, conhecido de muitos poveiros, pois paroquiou alguns anos Aver-o-Mar. Daqui lhe enviamos os nossos votos de sucesso na grande tarefa que tem pela frente.