Informaram-nos que amanhã, dia 1 de Março, no programa Praça do Almada da Onda Viva, ao meio dia e depois às 19, o Pároco de Balasar e o Presidente da Junta de Freguesia vão falar do projecto do Santuário da Beata Alexandrina.
Acompanhe as novidades que, quase dia a dia, nos vão chegando sobre esta surpreendente mística do nosso tempo, "luz e farol do mundo", como Jesus lhe chamou.
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
O Espírito Santo
Desta
vez introduzimos subtítulos no extracto da página mensal que transcrevemos.
Copiámo-los do mesmo colóquio.
A
importância das duas primeiras transcrições não precisa de ser realçada, já das
finais deve-se evidenciar a sua actualidade, quando os crimes da carne foram
legalizados pelos estados como se de coisa normal se tratasse. Da última, há que
reter o facto de a Alexandrina ser afirmada como fonte de esperança para o
mundo, o que dá carácter de urgência à divulgação da sua mensagem.
Quando assim sofria, principiei a sentir
na minha alma um bater de asas: desceu do alto, baixou a mim. Com os olhos da
alma vi: era uma pomba cheia de alvura; fez do meu coração o seu ninho.
Levantava-se, batia as asas, subia ao alto, descia a esvoaçar à minha volta e
com o seu biquito dava-me vida e com o seu brilho dava-me luz. Voltava de novo
a descansar no seu ninho. Nestes momentos, embebi-me toda naquele brilho,
naquela luz, e a minha alma deixou de sofrer. E Jesus, o meu Jesus, principiou
a dizer-me:
- És cheia de graça, minha filha, porque
Jesus está contigo.
És cheia de luz, pureza e amor, porque a
ti desceu do Céu agora o Espírito Santo.
Já em ti habitava, mas agora como nunca
baixou a ti, deixou o seu trono de glória e veio ao meu trono, ao meu paraíso,
ao meu céu na terra. Veio ao ninho do teu coração.
Desceu a ti como outrora desceu sobre os
apóstolos. De hoje em diante, terás luz, toda a luz, para compreenderes e
conheceres a grandeza do Meu amor, o Meu poder, a Minha misericórdia e a
gravidade da ofensa feita ao meu Divino Coração.
És um livro de ciências, és o cofre onde
estão depositadas todas as ciências divinas, tudo o que pertence ao Pai, ao
Filho e ao Espírito Santo.
Oh, maravilha, oh, prodígio sem igual!
A
tua vida é a vida de Cristo crucificado
- Ó meu Jesus, sim, quero conhecer a
grandeza do Vosso amor, quero conhecer tudo o que me dizeis, porque assim o
quereis. Mas ah, conhecer o pecado, a gravidade dele, tenho medo, meu Jesus,
tenho medo de Vos ofender!
- Não, minha filha, não.
És a minha esposa amada, quero-te pura,
pura, digna de Mim. É por isso que possuis as riquezas da Trindade Divina e as
riquezas de Maria. Conhecerás o pecado como ofensa feita a Mim, mas não na
gravidade e maldade das criaturas.
A tua vida é a vida de Cristo crucificado.
Há quase vinte séculos que passou no
mundo o Redentor e passa agora uma nova redentora escolhida por Ele. Agora,
sim, que o mundo precisa dela.
Não veio o Salvador com novo resgate,
mas escolheu a salvadora para a mesma obra continuar.
Tudo podes, tudo possuis, porque estou
contigo.
Tenho grande anseio de a tua vida ser
conhecida, mas não o pode ser sem grande dor, imolação e sacrifício.
A dor é para ti, a glória é para Mim, o
proveito é para as almas.
Chegou a hora: haja luz, faça-se luz! O
mundo necessita, o mundo tem fome da minha vida oculta em ti.
Depressa,
depressa, penitência, reparação para o pecado da carne!
Pede oração, reparação, emenda de vida.
Pede-a, pede-a, minha filha; não é feita sem ser pedida, não pode ser pedida
sem os meus divinos desejos serem conhecidos.
Depressa, depressa, penitência, reparação
para o pecado da carne!
A impureza é uma janela aberta que dá
entrada a todos os pecados mortais.
Ó mundo, ó
Portugal, vem depressa ao teu Deus, levanta-te do lodo, levanta-te dos teus
crimes!
Converta-se o mundo.
Ai dele, se rapidamente não se converte!
Ai dele, ai de Portugal! Ditosa pátria, terra privilegiada pela protecção da
Virgem e pela vítima que em si encerra as maravilhas e riquezas divinas sem
igual!
É teu o mundo, a ti o confiei, mas é
mais teu Portugal, porque és o cofre das riquezas divinas que a ele vim
colocar.
Ó mundo, ó Portugal, vem depressa ao teu
Deus, levanta-te do lodo, levanta-te dos teus crimes! Se assim não fizeres,
depressa chorarás e gemerás debaixo do peso da justiça divina.
As virtudes da
tua vida aqui na terra brilharão, cintilarão como estrelas no céu
Filhinha, minha esposa amada, o Céu
quer-te, anseia por ti, vem em breve buscar-te. E as virtudes da tua vida aqui
na terra brilharão, cintilarão como estrelas no céu; espalharão seu brilho ao
mundo inteiro, ao mundo que é teu.
Vens para o Céu, mas a tua bênção, o
orvalho fecundo do teu amor cairão sempre sobre a terra, enquanto ela existir.
Receberás tudo de Mim para tudo às almas dares. És de Jesus, vives de Jesus,
dás às almas o que é de Jesus.
- Obrigada, meu Jesus. Quero repetir a
cada momento da minha vida, dia e noite, sem cessar: sou a Vossa vítima, só a
Vós quero consolar, só às almas quero salvar.
No mesmo momento em que Jesus me deixou,
caí na minha dor; caí na noite e no meu doloroso martírio.
Tudo aceito porque quero consolar e amar
o meu Jesus.
Aceitai, Senhor, a minha desconsolação
por não saber falar de Vós, por não saber levar ao Vosso Divino Coração todas
as almas.
Sentimentos
da alma, 9 de Março de 1945
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
Leo Madigan
Muitos amigos da Beata Alexandrina de
língua inglesa conheceram-na através do livro que Leo Madigan lhe dedicou, que
existe à venda em Balasar e que tem tradução para letão. A Wikipedia dedicou uma curta biografia a este escritor especialista de Fátima e
ele criou recentemente um novo site. Paga a pena ver. Veja-se e
ouça-se ainda aqui.
Entrega dos pertences da Igreja de Gresufe ao pároco de Balasar
A entrega dos pertences da igreja de
Gresufes ao pároco de Balasar ocorreu aquando da morte de Gonçalo Durães, último
abade da freguesia anexada. Este foi com certeza o último a ser sepultado
dentro da igreja.
Os livros mencionados no documento são
ainda cópias feitas à mão, que ainda não havia reprodução tipográfica.
E foram logo aí
pelo dito Bento Gonçalves apresentados estes ornamentos que se seguem:
Item, um cálice
de estanho.
Item, duas
vestimentas perfeitas.
Item, uns pichos
e uma caldeira de benzer água.
Item, três
ofícios novos.
Item, um livro
de benzer água e de baptizar e de encomendar.
Item, um santal
e domingal de rezar.
Item, um saleiro
francês.
Item, outro
saleiro galego.
Item, outros
dois livros de sobre altar, que vêm a saber, santal e outro domingal, segundo
que o dito João da Fonte e o dito Gil Esteves abades diziam que os ditos livros
eram cada dos ditos ofícios de sobreditos.
Item, foram aí
mais achados estes bens que se seguem, a saber, uma arca vazia com sua
cobertoura.
Item, outra arca
velha, desfeita.
E dos ditos bens
aí mais não foram vistos nem achados.
Os quais
ornamentos e arcas velhas, assim tudo entregue pelo dito Bento Gonçalves ao
dito João da Fonte, abade de Balssar
e da dita igreja de Gressuffe, como
dito é, o dito Bento Gonçalves disse que eu tabelião lhe desse assim dele um
instrumento de como se o dito João da Fonte dava entregue dos sobreditos
ornamentos e coisa de suso ditas para lhe a ele dito Bento Gonçalves ao depois
não serem mais demandas, posto que se ao depois perdessem.
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
Dentro da Igreja Paroquial de Gresufe
O Arcebispo de Braga determinou a
anexação de Gresufe a Balasar por carta de 7 de Maio de 1422, mas esta só se tornou efectiva em 27 de Novembro de 1430 por falecimento do último abade. Foi então apresentada a carta emitida pelo Arcebispo Primaz que impunha a anexação e lida dentro da desaparecida Igreja de
Gresufe:
Saibam quantos
este instrumento virem que no ano da era do nascimento de Nosso Senhor Jesus
Cristo de mil e quatrocentos e trinta anos, vinte e sete dias do mês de
Novembro, dentro na Igreja de Gresufe, terra de Faria, termo da vila de
Barcelos, em presença de mim Afonso Martins, tabelião na dita vila e em seus
termos pelo senhor Conde D. Afonso, senhor da dita vila e termos, e testemunhas
que adiante são escritas, estando aí presente João da Fonte, abade de Balassar e raçoeiro do Mosteiro de São
Pedro de Rates, e outrossim estando aí presente um homem que se por nome dizia
Gil Esteves, abade que se dizia que era da Igreja de Laundos, outrossim da dita
terra e termo, e logo aí pelo dito João da Fonte, abade de Balassar, foi apresentada uma carta de anexação de Dom Fernando,
Arcebispo de Braga, escrita em pergaminho e selada do selo pendente redondo,
posto em cera branca, colgado por uma fita miscrada de linhas pretas e brancas
e subscrita pelo dito senhor Arcebispo, segundo pela dita carta parecia (…)
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
Nó da A7
O jornal A Voz da Póvoa anuncia que o ansiado nó da A7 se irá concretizar, em Balasar ou nas proximidades. Traz mesmo este título: "A construção do Nó da A7 está em marcha". Quando porém se lê a notícia até ao fim, parece que continua tudo bastante vago.
O Tombo da Comenda de 1830 e a antiga Igreja Paroquial de São Salvador de Gresufe
Ao tempo do Tombo de 1542, estava
ainda de pé o edifício da Igreja Paroquial de Gresufe, mas não era assim em
1830, ao tempo do Tombo da Comenda. Vejam-se porém as “medições” correspondentes aos prédios de 1542 assinalados na penúltima mensagem. Aquele campo sem nome onde ficava a igreja é agora o Campo da
Oliveira de São Salvador:
Item o Campo da
Oliveira de São Salvador no mesmo lugar de Além que sendo medido do nascente ao
poente, pelo lado norte, junto do caminho que vai para a igreja fazendo um
cotovelo de fronte da entrada do caminho que vai para o Campo da Searinha, tem
oitenta e seis varas; do norte ao sul pelo poente tem oitenta e duas varas; do
poente ao nascente pelo sul tem setenta e duas varas; e do sul ao norte pelo
nascente tem noventa e uma varas e meia.
Parte do norte
com o caminho que vai para a igreja, do poente com o Campo do Ribeiro deste
mesmo casal, que possui Manuel Francisco Malta, e pelo sul parte com o Campo
dos Valacos, do casal de Vila Pouca, que possui António da Costa Raposo; pelo
nascente parte com o primeiro assento deste casal, que possui António
Domingues. Levará de semeadura doze alqueires de centeio. Tem árvores de vinho
em volta e possui-o o caseiro António Domingues.
O Campo do Ribeiro cuja medição se segue
era o antigo Cortelho da Igreja:
Item o Campo do
Ribeiro, circundado sobre si, no mesmo lugar de Além, que sendo principiado a
medir junto do caminho que vai para a igreja, tem de comprido pelo lado do
nascente oitenta varas, pelo poente tem oitenta e nove varas, de largo pelo
norte tem trinta e cinco varas, pelo sul tem trinta varas.
Parte pelo
nascente com o Campo da Oliveira deste mesmo Casal, que possui António José
Domingues, pelo poente parte com ribeiro, pelo norte parte com caminho que vai
para a igreja e pelo sul parte com o Campo chamado da Água, foreiro ao Mosteiro
de Landim, que possui Manuel Francisco Ferreira. É terra lavradia com árvores
de vinho e dentro tem um moinho. Levará de semeadura quatro alqueires de
centeio e possui-o Manuel Francisco Malta.
Por fim o Campo da Searinha era o antigo
Cortelho da Searinha embora a medição não condiga:
Item o Campo da
Searinha no mesmo lugar de Além, lavradio, com uveiras por todos os lados à
excepção do norte, o qual medido do norte ao sul pelo lado do nascente tem
dezoito varas, e do nascente ao poente pelo norte tem setenta e sete varas, e do
poente ao nascente pelo sul tem setenta e nove varas.
Parte do
nascente com o caminho da serventia para os campos desta comenda e do norte
parte com o Campo da Vinha do Abade, que antigamente se chamava a Vinha Velha
deste casal e com a Vinha do caseiro que antigamente se chamava o Cortelho do
Pevidal do casal de Vila Pouca desta Comenda, que possui António da Costa
Raposo, do poente parte com o ribeiro, e do sul parte com o caminho que vai
para a igreja. Levará de semeadura quatro alqueires de centeio e o possui o
caseiro António José Domingues.
Nestas medições o caminho que vai para a
igreja é o que vem de Além para Vila Pouca, pois por igreja entendia-se então a
do Matinho. Pela maior parte das confrontações vê-se facilmente que que os
prédios são os mesmos de 1542.
Para o presente caso, o Campo da
Oliveira de São Salvador é o que mais interessa. São Salvador parece continuar
a equivaler a Igreja Paroquial de São Salvador de Gresufe. A oliveira deve
lembrar as antigas oliveiras do adro destinadas a concorrer para a manutenção da
lamparina do Santíssimo.
domingo, 16 de fevereiro de 2014
Quem foi Gresufe?
A Beata Alexandrina nasceu em Gresufes e
daí a importância que queremos dar à identificação do local preciso em que
ficava a desaparecida Igreja Paroquial de Gresufe. Era questão que há muito,
sem grande expectativa, gostávamos de ver esclarecida.
Gresufe, ou Gresufo ou talvez
Gresulfo, era um homem, presume-se que do século X, muito abastado e devia ter
residência no actual lugar de Gresufes, de que era dono; mas era ainda dono de Vila
Pouca, de Além, de Vila Nova e Outeiro, talvez de parte de Agrelos, com certeza
de toda a Santa Marinha de Vicente e boa parte de Cavalões. E porque era assim
abastado pôde dotar com largueza a paróquia que criou.
Doou-lhe dois casais em Além e um em
Vila Pouca. Por casais, neste caso, entende-se amplas casas de lavoura. Mas a
sua generosidade ainda foi mais longe: doou-lhe a Quinta de Cruges, em Santa
Marinha de Vicente (hoje, Gondifelos).
Um dos casais que ficava em Além chamou-se
Casal de Gresufe, sem dúvida por ser do tal Gresufo, e foi nele que fez construir
a pequena igreja. Ela devia ser mesmo muito pequena: bastaria que lá coubessem,
certamente de pé, umas 30 a 40 pessoas. Talvez tivesse dimensões não muito
diferentes das da Capela da Senhora das Neves ou da Igreja de Santa Marinha de Ferreiró (a antiga, não a da
Santíssima Trindade).
Nas Inquirições de D.
Dinis a Gresufo chama-se “Grissoffy”: “freeguisia de Sam Salvador de Grissoffy”. Mas devia-se ler
Grisofe. Muito antes, no Censual do Bispo D. Pedro, escreveu-se “Gresulfi”.
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
A antiga Igreja Paroquial de São Salvador de Gresufe no Tombo de 1542
A Igreja Paroquial de São Salvador de Gresufe
(no Tombo da Comenda de 1830 continuava a escrever-se assim) ocorre no Tombo de
1542 ao fazer-se a delimitação de três propriedades. Estas ficavam no lugar de
Além, mas pertenciam a um “casal de Gresufe”, certamente uma casa de lavoura
que era de alguém do lugar de Gresufe ao tempo em que mandou edificar a igreja.
Escreveu-se no tombo:
Pegado com São Salvador, um campo todo
tapado e valado sobre si: parte da parte do mar com a igreja e cortelho da mesma igreja
e do norte com caminho e da terra com Campo da Eira e do vendaval com Landim;
tem de comprido setenta e oito varas e de largo setenta varas; levará de
semeadura dez alqueires.
Pegado com a mesma igreja, um cortelho tapado e valado sobre si; tem de comprido
sessenta e sete varas e de largo vinte e sete varas; leva de semeadura três
alqueires e meio; e parte da terra com Searas e do norte com caminho e do mar
com ribeiro de Oucela e do vendaval com o valo do moinho e terra de Landim.
O Cortelho que se chama da Searinha,
todo tapado e valado sobre si; tem de comprido noventa e cinco varas e de largo
trinta e cinco varas; leva de semeadura dois alqueires e meio; parte do
vendaval com caminho da igreja e do
mar com ribeiro da Oucela e da terra com a Vinha da Seara e do norte com Vinha
do Abade.
Por São Salvador entende-se Igreja de
São Salvador de Gresufe; os pontos cardeais são identificados respectivamente como
norte, vendaval (sul), terra (nascente) e mar (poente). O caminho que fica a
norte do primeiro campo e do cortelho da igreja e a sul do cortelho da Searinha
corresponde à actual rua que vai de Vila Pouca para Além. O ribeiro de Oucela é
o ribeiro que vem de Gresufes para o rio Este. A palavra Landim refere-se a
terras foreiras ao Mosteiro de Landim.
Para o balasarense de hoje, é a
delimitação do Cortelho da Searinha que mais claramente garante esta localização
da antiga Igreja de São Salvador de Gresufe: ele ficava a nascente do ribeiro,
a norte do caminho da igreja e a sul da Vinha do Abade. Ora este último nome continua
ainda hoje em uso. O cortelho de que aqui se fala hoje não é cortelho pois
uniu-se à Vinha da Seara fazendo assim um largo campo.Outra "Balazar"
Na
Corunha, em Ordes, na Rua Fonte, há qualquer lugarejo com o nome de "Balazar".
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
Vejo que todo o mundo é noite
Na Dinamarca, abateram uma girafa e isso
gerou uma “onda
de revolta”; em Portugal, foram provocados 100.000
abortos. Quantas ondas de revolta se levantaram? E com aquele caso dos
alunos que se
masturbavam durante as aulas?
Nos Sentimentos
da Alma de 10 de Outubro de 1947, a Beata Alexandrina escreveu:
Vejo que todo o
mundo é noite, que todo o mundo é revolta.
Quero
acudir-lhe, quero salvá-lo e não posso.
Como é grande a
minha dor! Quero levá-la com alegria.
Jesus, vinde e
vencei em mim!
No evangelho do último domingo, os
católicos eram convidados a ser “luz do mundo”, luz que deve iluminar tão escura noite como aquela que caiu sobre ele.
sábado, 8 de fevereiro de 2014
Cruzada Eucarística das Crianças no Outeiro Maior
No primeiro número da Cruzada e igualmente no número de
Janeiro do Mensageiro do Coração de Jesus
do mesmo ano de 1930 vem uma fotografia dos Cruzados do Outeiro Maior. Não vem
é nenhuma notícia da erecção do centro. Apesar de tudo, não é despropositado
colocar aqui a fotografia do pequeno grupo de Cruzados, até porque…
O pároco do Outeiro Maior era então o
balasarense Pe. Celestino Furtado, dos Furtados da Gandra. Era um homem com
curiosidades intelectuais: a sua biblioteca particular tinha algumas centenas de
volumes, de temas variados. Chegou a assinar a Brotéria e até o Mensageiro
do Coração de Jesus nos anos de 1929-1935. Devia conhecer o Pe. Mariano
Pinho.
Ao centro desta fotografia dos Cruzados do Outeiro Maior, certamente tirada em 1929, vê-se o Pe. Celestino Furtado, dos Furtados da Gandra. É uma fotografia de estúdio e tem a assinatura de Marques de Abreu.
Parte dessa biblioteca foi entregue à
Paróquia de Balasar e encontra-se ainda um ou outro livro na Casa da Gandra.
Há um documento paroquial relativo à
instituição da Cruzada naquela freguesia, em duas páginas, frente e verso da
mesma folha, sobre a recolha de fundos para a aquisição da bandeira da Cruzada:
“a bandeira custou 378$00 e as insígnias para a inscrição da Cruzada custaram
123$00”. Naquele tempo ainda era dinheiro para uma freguesia tão pequena. As bandeiras da Cruzada,
a parte de pano naturalmente com o distintivo e os dizeres, se não erro, eram confeccionadas
no Colégio do Sagrado Coração de Jesus, da Póvoa.
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014
Marques de Abreu colaborador do Pe. Mariano Pinho, em 1929
“O
ano de 1929 foi um ano fecundo e rico de bênçãos para a Cruzada Eucarística em
Portugal: multiplicaram-se durante ele os centros, cresceu o número e a actividade
dos Cruzados; as suas forças, que ainda há pouco eram apenas algumas energias
dispersas, formam agora, ao findar-se o ano velho e ao surgir risonho o novo,
um esquadrão de milhares de braços. A Deus em primeiro lugar as mais fervorosas
acções de graças, que dele desça sobre a terra tudo quanto é bom”.
Estas
palavras são do Pe. Mariano Pinho, no número do Mensageiro do Coração de Jesus de Janeiro de 1930 e dão bem
conta do sobressalto que aconteceu nesta associação infantil ao longo do ano de
1929.
O Pe. Mariano Pinho utilizou repetidas vezes este quadro fotografado por Marques de Abreu.
A
partir de então, a Cruzada Eucarística das Crianças tem um dinamizador entusiasta
que também é um excelente comunicador; tem um manual para orientar os
zeladores; tem uniforme para os Cruzados; tem bandeira; tem emblemas, livros de
registo dos inscritos; e anunciava-se uma revista para promover formação e divulgar
informação. Tem um hino.
Os
párocos entusiasmaram-se e sem dúvida também os pais.
Uma
razão, sem dúvida secundária, deste sucesso foi a publicação de fotografias de
grupos de Cruzados e outras. E não eram umas fotografias quaisquer pois tinham
a assinatura de Marques de Abreu.
Este
fotógrafo, cuja actividade devia estar centrada no Porto, colaborava desde há
muito com o pároco e depois ex-pároco de Vila do Conde, o Mons. José Augusto Ferreira. Agora encontramo-lo a colaborar com o Pe. Mariano Pinho.
Grupo da CEC da Basílica do Sagrado Coração de Jesus, então com as obras paradas desde 1910.
As
fotografias de 1929 são ora de estúdio ora de interiores de igreja ora de ar
livre. O que são sempre é de qualidade. As primeiras dizem respeito aos grupos
do Colégio do Sagrado Coração de Jesus, da Basílica do mesmo Sagrado Coração de
Jesus, do Colégio poveiro de D. Bosco, do colégio vila-condense das Doroteias.
Mas já surgem duas de mais longe, de Viana e do Porto.
À frente do Colégio do Sagrado Coração de Jesus estava a dinâmica Madre Sá, também regressada do exílio republicano. Os Jesuítas davam lá apoio religioso.
Transcrevemos
o Hino da Cruzada:
Hino da Cruzada
Solo
Nós
somos a infância
De
espírito ardente;
Gozamos
da vida
A
quadra inocente.
Mas
fortes, audazes
Da
Cruz ao valor,
Nós
somos os Cruzados
De
Nosso Senhor.
Grupo do Colégio de D. Bosco.
Coro
Solto ao vento o
estandarte
Do Sagrado
Coração
Pela Pátria,
pela Infância,
Nossos braços
lutarão.
Levamos
ao peito
A
Cruz redentora
Que
lembra as façanhas
Da
pátria de outrora.
Mais
belos extremos
De
heroísmo e valor
Farão
os Cruzados
De
Nosso Senhor.
Se os Jesuítas davam apoio ao colégio poveiro das Doroteias, também o deviam da ao seu congénere vila-condense.
A
força vem do Alto,
Do
Pão sacrossanto
Que
os Anjos trespassa
De
místico encanto.
É
o Sangue fervente
No
cálix do amor
Que
alenta os Cruzados
De
Nosso Senhor.
Uma fotografia vinda de mais longe, do Porto.
Quem
não desafiara
O
inferno e a morte?
A
Cruz do Calvário
Broquel
é do forte.
Maria
nos segue
Com
olhos de amor.
Avante,
Cruzados
De
Nosso Senhor!
D.
M. (Domingos Maurício?)
Por fim, uma fotografia dum grupo de Viana aonde o Pe. Mariano Pinho foi intervir num congresso que lá decorreu.
Clique nas imagens para as ver em tamanho maior.
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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
Antes da aparição da Santa Cruz (1)
Já noutra ocasião mostrámos como é
importante conhecer certos documentos emanados de Braga para avaliar o contexto
religioso e político concreto em que ocorreu a aparição da Santa Cruz em
Balasar. É sabido que a década de vinte do século XIX foi conturbadíssima desde
o seu princípio. A Junta Provisional de Supremo Governo do Reino saída da revolução
do Porto, em Agosto, logo em Setembro impôs à Igreja um “juramento de
fidelidade ao Rei, às Cortes e à Constituição que elas fizerem e de obediência
ao Supremo Governo do Reino”. Jurar fidelidade a uma constituição que não existia
era passar um cheque em branco aos revolucionários. Mas que se havia de fazer?
O extenso documento que se transcreve
abaixo regista o juramento feito em Braga e a ordem para que o efectuassem todos
os sacerdotes da Diocese. Como nele se manda, foi lido em todas as paróquias,
logo também em Balasar.
Juramento
de Fidelidade à Junta Provisional de Supremo Governo do Reino (1820)
O Dr. João José Vaz Pereira, Reitor do
Seminário de São Pedro, Chantre na Sé Primaz, Desembargador, Provisor e Vigário
Geral nesta Corte, Comarca e Arcebispado pelo Ex.mo e Rev.mo Arcebispo Primaz,
etc., faço saber aos Rev.dos Párocos da visita abaixo declarada que da parte do
mesmo Ex.mo e Rev.mo Arcebispo Primaz me foi enviada a Portaria e Auto abaixo copiado
a fim de se expedir a presente para sua devida execução, o qual Auto e Portaria
é do teor seguinte:
Auto de Juramento de Fidelidade
Ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus
Cristo de mil oitocentos e vinte, aos vinte e um de Setembro do dito ano, nesta
cidade de Braga e Paço Arquiepiscopal, em presença do Ex.mo e Rev.mo Senhor
Arcebispo Primaz D. Fr. Miguel da Madre de Deus, compareceram o Rev.do Cabido
da Santa Sé Primacial, os Rev.dos Ministros da Relação Eclesiástica, os Rev.dos
Párocos das freguesias da mesma cidade e outros que nela se achavam presentes,
como também os Rev.dos Reitores dos Seminários de S. Pedro e S. Caetano, os
Capelães das Religiosas da dita cidade abaixo assinados a fim de prestarem
juramento de fidelidade ao Rei, às Cortes e à Constituição que elas fizerem; e
de obediência ao Supremo Governo do Reino. E assim com efeito o prestaram nas
mãos de Sua Excelência Reverendíssima, conformando-se em tudo com as ordens do
mesmo Supremo Governo e com o que se praticou no Auto de Câmara Geral da cidade
do Porto e com a Portaria e Exortação de Sua Excelência Reverendíssima a todo o
Clero do Arcebispado para satisfazerem o sobredito juramento, a qual Portaria é
do teor seguinte:
Em observância das Ordens da Junta
Provisional de Supremo Governo do Reino que mandam aos Rev.dos Párocos e mais
eclesiásticos deste Arcebispado prestar juramento de fidelidade ao Rei, às
Cortes, à Constituição que elas fizerem e obediência ao Supremo Governo,
ordenamos ao nosso Cabido e aos Rev.dos Ministros da nossa Relação e aos
Rev.dos Párocos desta nossa cidade compareçam perante Nós no dia vinte e um do
corrente mês, pelas onze horas da manhã, a fim de prestarem o juramento na
forma exposta, assinando o Auto que se há-de formalizar conforme o Auto da
Câmara Geral feito e assinado na cidade do Porto, o que também praticarão os
Rev.dos Vigários Gerais das comarcas nas mãos dos Rev.dos Vigários Gerais das
vagantes e, achando-se algum destes impedido, nas mãos do pároco mais antigo da
vila em que assiste.
E outrossim determinamos a todos e cada
um dos Rev.dos Párocos do mesmo Arcebispado compareçam, os desta Comarca de
Braga perante o nosso Rev. Desembargador Provisor e os da Comarca de Valença,
Vila Real, Chaves e Moncorvo perante os Rev.dos Vigários Gerais respectivos a
fim de igualmente prestar o juramento mencionado, o qual poderão satisfazer por
seu bastante procurador aqueles que mostrarem achar-se gravemente impedidos por
moléstia, o que hão-de cumprir dentro do peremptório termo de oito dias depois
da intimação desta nossa Portaria, assim como serão obrigados todos os Clérigos
de todas as Paróquias a comparecerem na Igreja, perante o seu respectivo Pároco
para prestarem com toda a solenidade o mencionado juramento, que será remetido
à cabeça da Comarca donde nos será enviado com o que aí mesmo se formalizar
para ser por Nós remetido ao Supremo Governo em tempo breve.
Esperamos do patriotismo e mais virtudes
do nosso respeitável Clero que gostosamente cumpra este dever, muito conforme à
doutrina do Apóstolo que manda obedecer às autoridades constituídas, não só
pelo temor, mas por consciência, roborando com palavras e exemplo a união e
concórdia que tão felizmente tem reinado
entre todos os Portugueses em crise na qual eram para recear-se os horrores da
guerra civil e da anarquia, louvando por isso a Deus, dirigindo ao mesmo Senhor
orações fervorosas a fim de que o desígnio e fadigas do Governo restaurador
consigam a desejada reparação dos males que vão levando ao precipício esta
nação digna de melhor sorte e que tanto se tem distinguido entre os povos
cristãos mais civilizados esperando que recobre seu esplendor antigo conservada
em toda a sua pureza a Santa Religião do Nosso Salvador Jesus Cristo, restituídos
os nossos foros e regalias que a desgraça dos tempos tinham posto em deplorável
esquecimento em que pelas Cortes Constitucionais se nos hão-de conservar
ilesas, salva sempre a fidelidade e vassalagem que se deve ao nosso adorado Monarca
Senhor D. João VI e à Augusta Dinastia da Casa de Bragança.
Confiamos no Senhor que nos dará os
auxílios necessários para o complemento desta grande obra conservando no meio
de nós a pureza da Fé, as doçuras da Esperança e os ardores da Caridade e todas
as mais virtudes de que o Governo se prepara dar-nos o exemplo e por que este
reino foi sempre tão feliz e privilegiado.
Redobremos as nossas orações, esperemos na
misericórdia do Altíssimo que não desampare os que O invocam com a prática das
boas obras; façamo-nos dignos da sua protecção e nossos desejos serão
plenamente satisfeitos.
E para que chegue a notícia de todos, ordenamos
ao nosso Rev. Desembargador Provisor mande passar as ordens do estilo com o teor
desta nossa Portaria para as visitas desta Comarca e para todas as do
Arcebispado, com ordem aos Rev.dos Párocos para copiarem esta no livro competente
e a publicar a seus fregueses à estação da Missa conventual.
Braga, 20 de Setembro de 1820.
Com a rubrica de Sua Excelência
Reverendíssima.
E depois de lido e subscrito, Auto e Portaria
foi por todos assinado, com Sua Excelência Reverendíssima.
Eu, Custódio Luís de Araújo, secretário
da Câmara Eclesiástica, o subscrevi.
Fr. Miguel, Arcebispo Primaz
D. António Alexandre da Cunha Reis, Deão
Manuel Ramos de Sá, Chantre
Mestre Escola Teotónio de Magalhães e
Meneses
Manuel Inácio de Matos Sousa Cardoso,
Tesoureiro-mor
Luís da Costa Lobo, Desembargador
Gaspar do Couto Ribeiro de Abreu
Bento José da Silva Camirão (?)
Joaquim José Félix de Oliveira e Silva
António Joaquim de Sá
João Correia Botelho
João Teodósio de Araújo Leão
José Maria de Melo
José Joaquim de Araújo Figueiredo
Joaquim de Mota
D. António do Amaral Castelo-Branco
Noronha
José Joaquim de Cruz Vieira
João José Vaz Pereira, Provisor do
Arcebispado
Manuel José Leite Pereira, Vigário Geral
João Marcos da Costa Pereira
José António Henriques de Moura
António Bernardo da Fonseca Memas (Moniz?)
José Pereira de Azevedo
João Ribeiro Pereira, Abade de S. João do
Souto
Manuel da Cunha, Vigário da Sé Primaz
António José da Silva, Abade de
Mazarefes
Tomás José de Carvalho, Prior de S. Vítor
João Álvares de Araújo, Vigário de S.
Tiago da Cividade
Gaspar João Domingues da Costa, Vigário
de S. José de S. Lázaro
Manuel José Antunes de Carvalho e Santos
António Luís da Cunha Peixoto e Campos
António José dos Santos, Abade de S.
Cruz de Lima
José Pereira Guedes, Arcipreste de Viana
Manuel Joaquim Peixoto de Carvalho,
Abade de Mós
Fr. Lopo António da Graça Barros, Reitor
de Vilarelhos
João António Pereira Antas, Abade de
Estevães
O Vice-Reitor João (ilegível) Magalhães
O Reitor, José António Barbosa de Araújo
O Pe. Francisco Martins Correia
O Pe. Miguel António Fernandes, Capelão
de S. Teresa
Capelão das Órfãs José Domingues Machado
O Pe. Manuel José Gonçalves, Capelão da
Conceição
O Capelão do Colégio, Manuel António de
Oliveira
O Capelão de Salvador, Henrique José
Carneiro
José da Costa Lobo, o Capelão dos
Remédios
Manuel José Gomes, o Capelão
João da Silva Machado
João Evaristo Lino da Costa, Secretário
de Sua Excelência Reverendíssima
João José da Cunha Tavares, Servo (?) Tercenário, Capelão de Sua
Excelência Reverendíssima
O Abade Capelão Miguel António da Silva
Portugal
João Rodrigues Ferreira, Capelão da
Santa Cruz
José Bernardino Pereira Prestes, Tercenário
Familiar de Sua Excelência (ilegível)
(Ilegível)
Miguel
António da Mota de Santo António
João Álvares, Capelão de S. Domingos
E não continha mais o dito Auto e
Portaria e assinaturas, o qual, sendo-me dirigido da parte do mesmo
Excelentíssimo e Reverendíssimo Senhor, por meu despacho mandei passar a presente
dirigida aos Párocos da visita ao diante declarada para que em tudo observem e
façam observar como nela se contém e copiando-a no respectivo livro a publiquem
aos seus fregueses à estação da Missa conventual fazendo girar esta pela ordem
do roteiro ao diante descrito e remetendo-a ao Pároco mais vizinho pelo mordomo
da freguesia com a brevidade possível, sendo o último obrigado a remetê-la ao
secretário da Câmara Eclesiástica que esta subscreveu, passando cada certidão
do dia e hora em que lhe foi entregue para por este modo me constar da sua
inteira observância.
Dada em Braga, sob sinal somente, aos quatro
de Outubro de 1820.
E eu, Custódio Luís de Araújo, secretário
da Câmara Eclesiástica, o subscrevi.
João José Vaz Pereira
Antes da aparição da Santa Cruz (2)
As autoridades eclesiásticas bracarenses
parecem ter-se mantido fiéis ao juramento prestado, mesmo com muito custo. Mas
três anos mais tarde consideraram-se desligadas dele. Afinal os revolucionários
de Vinte faziam pressão sobre o Rei, como se verificou após a Vila-Francada. Ora isso,
viciava irremediavelmente o jogo político: não respeitavam a fidelidade que
deviam ao Rei. No documento menciona-se o Conde
de Amarante, primeiro militar a levantar-se contra os liberais.
Edital
de 1823 contra “um governo intruso, tirânico e despótico, filho de uma facção
rebelde”
O Doutor Manuel José Leite Pereira,
Abade de S. Pedro de Maximinos, Desembargador, Provisor e Vigário Geral nesta
Corte e Arcebispado pelo Ex.mo e Rev.mo Senhor D. Fr. Miguel da Madre de Deus,
Arcebispo e Senhor de Braga, Primaz das Espanhas, etc., faço saber aos Rev.dos
Párocos que, da parte dos Senhores Governadores do Arcebispado, me foi dirigida
a Exortação seguinte:
Os Governadores do Arcebispado Primaz
aos Rev.dos Párocos, ao Venerável Clero Secular e Regular e aos mais súbditos
desta Santa Igreja.
Aparecendo a luz, dissipam-se as trevas
e, aparecendo a verdade, dissipam-se os erros, os enganos, tais foram aqueles
que motivaram a nossa exortação datada no dia 15 de Março de 1823, expedida por
força da Régia Portaria do teor seguinte:
Manda El-Rei pela Secretaria de Estado
dos Negócios da Justiça:
Atendendo a que o terrível exemplo de
perjuro dado pelo Conde de Amarante pode alucinar alguns incautos desconhecedores
de seus verdadeiros interesses e consequentemente deixarem-se arrastar por mal-intencionados
que só desejam ver derramado o sangue dos irmãos, parentes e amigos para, no meio
da desordem, da confusão e da carnagem, darem cruento pasto a inveterados ódios
e antigas rixas, sem lhes importar transpor todas as barreiras da humanidade,
da honra e da probidade, virtudes inatas em verdadeiros Portugueses, contanto
porém que imaginam conseguir assim os seus perversos e danados intentos, que o
Reverendo Arcebispo Primaz ou quem suas vezes fizer ordene a todos os Párocos
da sua Diocese instruam os seus fregueses no horror em que devem ter os que,
violando um tão sagrado juramento como o que há pouco prestaram à Constituição
da Monarquia, única forma de governo que pode fazer a felicidade dos Portugueses,
se hão deixado, desapercebidos, fascinar por aquele rebelde, que
verdadeiramente lhes façam sentir os iminentes males que lhes caberiam em
partilha se deixassem contaminar-se com um tão execrando modelo, cumprindo ao
mesmo tempo fazer-lhes conhecer quanta obediência devemos prestar à Constituição
e leis regentes (vigentes?), o
respeito devido às autoridades constituídas e quanto enfim seria terrível a Sua
Majestade que mais sectário encontrasse o detestável exemplo de Vila Real, cujo
estranho procedimento entre Portugueses tem profundamente magoado seu coração
paternal.
Palácio da Bemposta, em 5 de Março de
1823.
José da Silva Carvalho
Por outras e por uma carta da Câmara,
assinada por El-Rei, se expediram outras ordens que circulam por este
Arcebispado isentas (?) às quais
sacrificamos as nossas opiniões e vontades, obediência e respeito devido às
reais determinações.
Soou depois a voz do nosso Augusto
Soberano, Rei e Senhor, livre de coacção a que imperiosas circunstâncias o
tinham sujeitado, e dissiparam-se os erros invencíveis, inculpáveis, e o engano
com que nos tinha iludido um governo intruso, tirânico e despótico, filho de
uma facção rebelde, que pretendeu destruir a autoridade do Rei Soberano,
independente, em nome do mesmo Rei, e reconhecemos terem sido extorquidas,
demos aquela exortação e outra ordem posterior com a mais criminosa fraude e
opressão aos verdadeiros sentimentos de Sua Majestade e por isso revogamos,
rescindimos e anulamos e abolimos a dita exortação e ordens posteriores e
mandamos que sejam consideradas como se nunca tivessem existido e escusamos
perpetuamente tudo aquilo que nelas se achar contrarie as verdadeiras intenções
de Sua Majestade, ao qual (palavra
ilegível) juramento de inalterável fidelidade e obediência.
E o Rev.do Desembargador-Provisor
mandará passar ordens circulares com o teor deste edital para ser copiado nos
livros respectivos das paróquias.
Dado em Braga aos catorze de Junho de
mil oitocentos e vinte e três.
E não se continha mais no dito edital,
em consequência do qual, por meu despacho, mandei passar a presente ordem para
o Rev.dos Párocos da visita ao diante declarada para que em tudo a cumpram e
guardem e façam observar publicando-a a seus fregueses à Missa conventual,
copiando-a no respectivo livro, fazendo-a girar pela ordem do roteiro ao diante
descrito e remetendo-a ao Pároco mais vizinho pelo mordomo da freguesia com a
brevidade possível, sendo o último obrigado a remetê-la ao secretário da Câmara
Eclesiástica que esta subscreveu, passando cada um recibo do dia e hora em que
lhe foi entregue para por este modo me constar da sua inteira observância.
Dada em Braga, sob o meu sinal somente,
aos vinte e um de Junho de 1823.
Eu, Custódio Luís de Araújo, secretário
da Câmara Eclesiástica, a subscrevi.
Manuel José Leite
Pereira
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
A Congregação Mariana dos Jovens de Balasar
Quem abre esta página do site do Arquivo Distrital do Porto
verifica que se conservam nesse arquivo alguns documentos bem interessantes
quer para o estudo da história de Balasar quer mesmo para o da Beata
Alexandrina.
Estão lá uns
estatutos da Confraria do Santíssimo Sacramento (1913-1914), os da Confraria
das Almas (1911-1914), os da Corporação Fabriqueira (1919 e 1988) e um
documento relativo à Congregação Mariana dos Jovens (1931), entre outros.
Os dois
primeiros destes documentos são certamente actualizações impostas pelos
republicanos. O da Congregação Mariana dos Jovens pode ter um interesse muito
especial pois possuirá relação estreita com o Pe. Mariano Pinho, que então
dirigia esta congregação na Póvoa de Varzim, e com a Deolinda - e consequentemente
com a Beata Alexandrina.
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